Diário da Manhã

domingo, 05 de maio de 2024

Notícias

Pesquisa aponta que Sul é a região que menos sofre com sensibilidade nos dentes, mas incidência ainda é alta

Pesquisa aponta que Sul é a região que menos sofre com sensibilidade nos dentes, mas incidência ainda é alta
30 janeiro
10:41 2018

Porto Alegre é a segunda capital que mais considera o sintoma como extremamente desconfortável

Uma pesquisa encomendada pela marca Sensodyne ao Ibope Inteligência relatou que 29% da população da região Sul é acometida por sensibilidade nos dentes. As regiões Nordeste, Norte/Centro também são marcadas pelo problema e estão estatisticamente empatadas com 34% e 36%, respectivamente, ocupando juntas a primeira posição; seguidas pela região Sudeste, com 31%. O estudo também revelou que, levando em conta o critério econômico do país, 33% da classe C relata algum problema de sensibilidade nos dentes, contra 32% das classes AB e 29% das classes DE. Por outro lado, de acordo com outro levantamento encomendado pela marca ao Kantar, mostra que entre as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife, Porto Alegre é a segunda que mais considera sensibilidade nos dentes um sintoma extremamente desconfortável.

Pensando nisso, foram levantadas 10 dúvidas importantes sobre o problema e a Dra. Thais Azevedo (CRO nº 351314/RJ), especialista no assunto, vai respondê-las.

                1. O que é sensibilidade nos dentes?

Dra Thais Azevedo – A hipersensibilidade é uma resposta dolorosa, de intensidade variável, a um estímulo que seria incapaz de causar esse sintoma em situação de normalidade. Ela é causada por três principais fatores: escovação excessiva ou agressiva, problemas gengivais e ingestão frequente de alimentos e bebidas ácidas. Em casos mais graves, a dor da hipersensibilidade pode se tornar contínua e acarretar em necrose pulpar, isto é, “morte” do dente.

                2. Quais os principais equívocos na hora dos cuidados com a saúde oral que podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento da sensibilidade dentária?

Os principais equívocos consistem em usar escova com cerdas duras, escovar os dentes empregando muita força e utilizar creme dental abrasivo. A gengiva “obedece” às pressões que incidem sobre ela, por isso quem escova com força ou com cerdas muito firmes, fatalmente em algum momento terá sua gengiva retraída, além de correr risco de desgastar o esmalte dental. É importante salientar que a pressão adequada sobre os dentes deve ser a mesma de quando tentamos higienizar segurando a escova com apenas 3 dedos. A escovação precisa ser suave não só por causa da gengiva, mas também porque as cerdas limpam de forma eficaz quando vão de encontro ao dente na posição reta.

                3. O que levar em consideração na hora de escolher o produto mais adequado para combater a sensibilidade nos dentes?

Escolha um creme dental pouco abrasivo, que contenha flúor (geralmente encontrado no formato fluoreto de sódio) e tenha ingredientes ativos adicionais dessensibilizantes, como o nitrato de potássio. Recentemente a marca Sensodyne lançou o Sensodyne Limpeza Profunda, por exemplo. Trata-se de um creme dental de uso diário que atua ajudando a acalmar os nervos na parte interna do dente, e promovendo proteção duradoura, ele conta com maior espumação e refrescância também.

                4. Como escovar os dentes corretamente e com que frequência?

O ideal é escovar os dentes três vezes ao dia, sendo a última escovação do dia a mais importante. Ela deve ser demorada, durando de 3 a 5 minutos e não se deve ingerir mais nada após executada, exceto água.

                5. Há alguma relação entre dentes sensíveis e cáries?

Apesar da hipersensibilidade não causar cárie, a exposição de regiões do dente que não possuem a proteção do esmalte deixa o dente mais vulnerável a desenvolver cárie, como por exemplo nas retrações gengivais. De fato, a maioria dos dentes sensíveis tem seus túbulos dentinários expostos e abertos. Como a superfície repleta desses túbulos é mais porosa, há mais retenção de bactérias, além disso, este é um substrato menos mineralizado, o que faz com que os micro-organismos da cárie destruam sua estrutura mais rapidamente do que se houvesse esmalte íntegro.

                6. Por que ter dentes bonitos não necessariamente impede o desenvolvimento de sensibilidade nos dentes?

Beleza não é sinônimo de saúde. E não é diferente quando se trata de saúde bucal! É possível ter dentes bonitos apesar de ter uma gengiva doente, por exemplo. Assim como é possível exibir um sorriso deslumbrante e ser bulímico, visto que a destruição dentária que ocorre nesta enfermidade se dá por trás do dente, pois o ácido estomacal se limita a destruir o esmalte somente no trajeto por ele percorrido.

                7. A sensibilidade nos dentes pode estar relacionada a outros problemas de saúde oral?

Podemos relacionar a sensibilidade a problemas que causam acidez excessiva na boca, como o refluxo e a bulimia. Em ambos os casos, quando persistentes, é notável a perda do esmalte em regiões específicas dos dentes. Há, ainda, como exemplos de problemas bucais relacionados à hipersensibilidade, próteses removíveis mal adaptadas, restaurações quebradas e trincas nos dentes. Deve-se ressaltar também a abfração, patologia que provoca uma perda localizada de esmalte, geralmente provocada por bruxismo, apertamento, perda dentária ou qualquer outro fator desencadeador de sobrecarga oclusal.

                8. Crianças também podem desenvolver sensibilidade? A partir de que idade? Como identificar esse problema nos pequenos?

Quando crianças relatam sensibilidade alterada nos dentes, deve-se desconfiar de cárie, restaurações quebradas ou trincas em esmalte. Seja como for, em menores de 12 anos é proibitivo o uso de creme dental para dentes sensíveis e é primordial levá-la a um cirurgião-dentista, de preferência um odontopediatra para diagnosticar e tratar o problema.

                9. Há dicas de hábitos diários que devem ser adotados para se combater a sensibilidade dentária?

É essencial lançar mão de instrumentos adequados para higienização, além disso, é importante que se evite escovar os dentes imediatamente após o consumo de alimentos ácidos, como laranja, refrigerante e café. Caso esteja com pressa, basta um bochecho com água para que o pH na boca não esteja tão ácido no momento da escovação. Isso porque todos os cremes e escovas dentais precisam ser pelo menos um pouco abrasivos para promover higienização adequada. Ao se adquirir o hábito de usar estes produtos num ambiente bucal ácido, fatalmente será desencadeado um processo de desgaste do esmalte a longo prazo.

10. Qual é na verdade o papel do creme dental no tratamento da sensibilidade?

O creme dental é a parte essencial para o controle da hipersensibilidade, por ser um tratamento simples, pode ser executado pelo próprio paciente e esse é o primeiro passo.

Notícias Relacionadas

Comentários ()

Seções