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terça, 24 de dezembro de 2024

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Pesquisa da UFPel inicia nova etapa para identificar os efeitos da pandemia na saúde da população do RS

Pesquisa da UFPel inicia nova etapa para identificar os efeitos da pandemia na saúde da população do RS
05 junho
08:16 2023

Em esforço para identificar como está a saúde, física e mental, da população do Rio Grande do Sul três anos após o início da pandemia de Covid-19, estudo coordenado pela Escola Superior de Educação Física (Esef) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a “Coorte Pampa”, desenvolverá de  junho a 31 de julho a sua quinta etapa de levantamento de dados. Desde o início da pandemia, em 2020, já foram registradas informações sobre a saúde física e mental de mais de dez mil pessoas.

Para contribuir com o estudo, residentes no Estado, maiores de 18 anos, poderão responder questões sobre a prática de exercícios, as suas condições físicas e psicológicas, a persistência de sintomas pós-infecção, a rotina de alimentação diária, o acesso aos serviços de saúde e a utilização de cigarros eletrônicos. O formulário eletrônico (o preenchimento demanda cerca de dez minutos) e as demais informações sobre a pesquisa estão disponíveis na página do projeto, no Instagram e Facebook (ambos @coortepampa2020).

Descobertas

etapa anterior de consulta à população do Estado sobre os efeitos indiretos da pandemia, realizada no mesmo período de 2022, demonstrou, conforme um dos pesquisadores do estudo, Marcelo da Silva, que a saúde física e mental da população do Rio Grande do Sul ainda está distante do contexto anterior à situação de emergência à saúde pública. Cerca de 55% das pessoas que participaram da pesquisa não alcançaram os níveis semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados sobre a inatividade física aparecem associados à piora dos quadro de ansiedade e depressão e risco do comprometimento da memória. Essa mesma parcela apresenta maior incidência para a síndrome “Covid longa”, sintomas persistentes à infecção pelo “novo coronavírus” (SARS-CoV-2). Os resultados também indicam que a vacinação completa mostrou-se protetiva à incidência de casos de “Covid longa”: “Vimos que pessoas vacinadas com três ou mais doses tiveram menor probabilidade de Covid longa comparadas com quem não se vacinou ou tomou até duas doses”, compartilha o pesquisador.

RS no mapa da Fome

Os números são considerados alarmantes: 25% das pessoas que participaram da coleta realizada em junho e julho de 2022 apresentaram algum nível de vulnerabilidade em relação à alimentação. O estudo, para chegar a essa avaliação, utilizou-se da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia). O modelo define indicadores, no período de três meses, para a caracterização desse quadro, como a falta de dinheiro para a compra de comida, refeições não realizadas e alimentação não saudável por insuficiência de recursos.

Os resultados sobre insegurança alimentar, segundo o pesquisador, além de evidenciarem o contexto de desigualdade, apontam para a maior probabilidade de prevalência da síndrome “Covid longa”. A relação da “Covid longa” com o cenário de insegurança alimentar, pela sua relevância, será detalhada na nova etapa de coleta de dados, referente a junho e julho de 2023. Também será investigada a utilização de cigarro eletrônico para quadro de risco de prevalência de complicações persistentes de COVID-19.

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