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PESQUISA EMATER : Levantamento mostra que Jovem quer ficar no campo

30 agosto
08:57 2018

Mais de 90% dos jovens que estão hoje no campo pensam em permanecer nas propriedades rurais e fazer a sucessão. Esse foi o dado que mais chamou a atenção entre as questões que apareceram em uma pesquisa realizada pela Emater/RS-Ascar em 493 municípios gaúchos. O resultado do levantamento foi apresentado ontem, na Casa da Instituição, na Expointer, em Esteio, pela coordenadora da pesquisa, Clarice Bock. O objetivo foi conhecer a realidade dos jovens assistidos pela Extensão Rural e Social.

Foram analisados 7.896 questionários que foram aplicados com agricultores familiares, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e assentados da reforma agrária. “Quase 5.000 respostas foram positivas para o desejo do jovem de permanecer no campo e a renda ficou em terceiro lugar”, comentou Clarice. O desejo de ficar no campo está nos laços familiares, pelo vínculo com o rural, pelas questões financeiras e pela dificuldade de adaptação ao urbano.

Outro dado que ficou demonstrado foi que a maioria dos jovens que permanecem no campo está buscando qualificação profissional. A grande maioria tem o ensino médio completo e, aproximadamente, 800 estão cursando o terceiro grau. Além disso, 74% dos jovens que estão à frente dos empreendimentos familiares são solteiros e do sexo masculino e 68% estão satisfeitos com a remuneração atual. E 96% das famílias pesquisadas entende ter condições de permanecer na propriedade.

“A pesquisa servirá para termos uma radiografia que irá nos ajudar a planejar ações, criar estratégias que incentivem o jovem a permanecer no meio rural com qualidade de vida”, avaliou o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.

LEVANTAMENTO foi divulgado pela Emater na Expointer

LEVANTAMENTO foi divulgado pela Emater na Expointer

Exemplo de perseverança

Luciana Loewenstein Justin, jovem produtora de Itati, que está participando do Pavilhão da Agricultura Familiar, na Expointer, traz na expressão a felicidade em ter permanecido na “roça”. “Não queria ficar na roça. Era muito cansativo ficar embaixo do sol forte. Hoje não. Temos outras formas de trabalhar, por exemplo, em estufas e com a agroindústria da família”, reflete a jovem, que tem mais três irmãs que também tiram o sustento da agricultura. Duas delas fizeram faculdade, mas não exercem as profissões escolhidas. Luciana, que já trabalhou no sistema bancário, hoje toca a agroindústria Cantinho da Natureza, que produz chips de banana, batata-doce e aipim. “Quero muito buscar mais qualificação. Já estou agendada para fazer, em janeiro, curso de morangos e tomates em estufa. Tudo orientado pelo Escritório Municipal da Emater. E vou fazer o curso com os meus pais também. O meu projeto para um futuro próximo é investir na agroindustrialização de produtos à base de morangos.”

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