Pesquisadora da UFPel ganha prêmio inédito na América Latina
Professora do Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (CCQFA/UFPel), a pesquisadora Márcia Foster Mesko foi a escolhida para receber o prêmio JAAS Emerging Investigator Lectureship (Prêmio Pesquisador Emergente), que reconhece o trabalho de jovens pesquisadores do mundo inteiro.
A distinção é concedida pela revista Journal of Analytical Atomic Spectometry (Jornal de Espetometria Atômica Analítica), da Royal Society of Chemestry (Real Sociedade de Química) e é a primeira vez que é outorgada a um cientista da América Latina.
A revista avalia aspectos como número de publicações, outros prêmios conquistados, impacto científico da pesquisa em termos mundiais e outros elementos que apontem para uma carreira destacada de repercussão mundial entre pessoas com até dez anos de doutorado. Os candidatos são sugeridos por indicações do mundo todo, a partir das quais é feita a escolha por parte do Journal.
Egressa da UFPel, Márcia Mesko desenvolve pesquisas na área de determinação de elementos – ou seja, que possibilitem avaliar a quantidade de elementos e onde eles são encontrados – especialmente se tratando de halógenos, como iodo e bromo, e metais, como cádmio e chumbo. Os halógenos, destaca a docente, são estudados nesse segmento por poucos grupos no mundo.
A professora orienta e lidera pesquisas ligadas a métodos para determinação de elementos, que podem ser avaliados em suportes como alimentos, material biológico e cosméticos. Os estudos contribuem para o desenvolvimento de métodos de preparo de amostras e técnicas de determinação de elementos que sejam viáveis inclusive para uso industrial. A docente integrou trabalhos que avaliaram, por exemplo, a presença de cádmio e chumbo em batons e de iodo em alimentos.
“Ficamos contentes pela distinção do Brasil em relação ao resto do mundo, em especial de uma mulher”, destaca a professora, que salienta o apoio do trabalho por órgãos de fomento como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “Esse é um retorno do trabalho desenvolvido não só para a Universidade, mas para a sociedade”, pontua.
Além do reconhecimento internacional, Márcia Mesko receberá um valor de £ 2 mil para participar de um evento científico com a finalidade de mostrar o trabalho que desenvolve. A pesquisadora deverá ser uma das palestrantes de um encontro sobre Espectometria Atômica na França, no início do próximo ano.