Plantio do trigo se intensifica no RS, com 55% da área prevista já semeada
O plantio do trigo avançou dez pontos percentuais no Rio Grande do Sul nesta semana. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, o avanço foi impulsionado pelos regionais de Ijuí e Santa Rosa, que atingiram 72% e 88% da estimativa inicial, respectivamente.
Essas regiões representam 30% e 27% da lavoura total prevista de 739.403 hectares. Atualmente, 55% da área destinada para a safra de trigo foi semeada, estando 97% em germinação e desenvolvimento vegetativo e 3% em floração.
Na regional de Ijuí, que engloba os Coredes Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí, as primeiras lavouras implantadas apresentaram boa emergência e desenvolvimento inicial satisfatório. As altas temperaturas dos últimos períodos contribuíram para um crescimento mais acentuado.
No Planalto, a cultura está em fase inicial de plantio e estima-se entre 2% e 4% da área plantada neste período. Os produtores aguardam o aumento da umidade do solo (chuvas) para intensificar a atividade.
No Alto Uruguai, o plantio alcança 10% da área prevista. Na região de Caxias do Sul, as altas temperaturas e o tempo seco favoreceram o preparo do solo e o início da semeadura nos municípios de menor altitude. Nos Campos de Cima da Serra, a semeadura deverá se iniciar na próxima semana e se intensificar em julho.
Canola, cevada e aveia
O plantio da canola foi finalizado nas regiões entre o Alto Jacuí e a fronteira noroeste devido às boas condições climáticas da semana. As lavouras apresentam bom desenvolvimento inicial, folhas largas e plantas com vigor. As primeiras lavouras implantadas nesta safra já estão em florescimento, considerado satisfatório. As demais, em germinação e desenvolvimento inicial.
A cultura da cevada está totalmente implantada no Alto Uruguai, encontrando-se em estágio de germinação. Nessa região, a área semeada é de cerca de 10 mil hectares. Nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, o ritmo da implantação da cultura foi desacelerado, a fim de escalonar o plantio e esperar melhor condição de umidade no solo.
Produtores realizam controle de ervas nas áreas já emergidas. Nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste, uma cerealista segue fomentando a implantação da cultura para fins de produção de malte, em convênio com a indústria. A proposta é de insumos financiados pelas cerealistas, com seguro da lavoura e preços fixados para o cereal.
Ainda de acordo com o Informativo Conjuntural divulgado na quarta-feira (19/6), segue a implantação da aveia branca, estando mais avançada no Alto Uruguai, na Fronteira Noroeste e nas Missões, onde já foi finalizada. Na região Central, alcançou 90% da área prevista na semana. De maneira geral, a cultura apresenta bom desenvolvimento.
Nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, as primeiras lavouras implantadas estão em início de floração, com bom número de grãos por panículas. A incidência de doenças foliares nessas lavouras exigiu a aplicação de fungicidas. As demais áreas apresentam bom aspecto fitossanitário.
Safra de verão encerrada
Milho – Está encerrada a safra de milho no RS. Nas regiões do Alto Jacuí até a Fronteira Noroeste, houve redução da produtividade em relação às áreas cultivadas em agosto e setembro, devido à maior incidência de doenças foliares e radiculares. A produtividade média final foi superior a 8 mil quilos por hectare, superando a expectativa inicial. Algumas lavouras irrigadas passaram de 12 mil quilos por hectare. No Sul, os municípios realizam levantamento de demanda de semente de milho, para a inscrição no Programa Estadual Troca-Troca de Sementes de Milho, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
Soja – A cultura em entressafra movimenta os produtores no planejamento da próxima lavoura, definindo área, realizando análises de solo, aquisição de insumos, manutenção e recuperação de máquinas e de estradas internas das propriedades. Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, produtores também começam a reservar sementes nas cooperativas locais. Nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste, as áreas colhidas e destinadas a pastagens estão recebendo os animais para pastoreio. As destinadas à produção de palhada apresentam boa cobertura para próxima safra.
Pastagens e criações
As condições climáticas da semana, com diminuição do excesso de umidade e temperaturas mais altas, foram favoráveis para o campo nativo e para o desenvolvimento e aproveitamento das pastagens cultivadas de inverno. Melhoraram as condições de tráfego nas áreas próximas aos locais de alimentação dos animais e da sala de ordenha, reduzindo áreas com incidência de barro.
Nas diversas regiões produtoras, o gado de corte ainda apresenta bom stand corporal e sanitário, em razão de o inverno ainda não ser mais rigoroso de forma contínua. A partir desta época, o histórico indica que os animais começam a se ressentir e perder peso, principalmente os rebanhos que utilizam somente as pastagens naturais, que perdem qualidade nutricional por estarem mais fibrosas.
Essas mudanças requerem ações por parte dos produtores para garantir a nutrição dos rebanhos, como adequações da carga animal, utilização de sal mineral proteinado, rações e suplementações.
Os rebanhos leiteiros vêm apresentando bom estado físico e sanitário e mantendo um bom nível de produção de leite, considerando a época do ano. No entanto, a maior necessidade de suplementação alimentar tem elevado os custos de produção. Na medida em que as pastagens de inverno começam a atingir um melhor desenvolvimento, a tendência é de diminuição destes custos.
As forrageiras anuais de inverno implantadas apresentam-se com bom desenvolvimento geral, determinando, em várias regiões, aumento na oferta de forragem fresca aos animais. Também boa parte do milho destinado à confecção de silagem se encontra em fase final de corte. Continua no Estado a implantação das forrageiras e aplicação de adubação nitrogenada em cobertura.