A inconformidade dos comerciantes permissionários do Pop Center pela situação enfrentada pautou manifestação pública e conversações com a prefeita Paula Mascarenhas na tarde desta quinta-feira (4). Na chegada foram queimados pneus em frente ao prédio da prefeitura e proferidas palavras de ordem contra o que os manifestantes consideram injusto o momento por eles vividos, com o espaço fechado e sem faturamento em virtude da pandemia.
CLIMA esteve quente em frente ao principal gabinete municipal
Os comerciantes reclamam da exploração que sofrem pela empresa e que não têm voz nas decisões. Eles propuseram que o Pop Center fique mais 30 dias fechado para ser reestruturado. “Nossas mercadorias vem de fora da cidade e neste momento não estamos podendo viajar, as empresas de turismo estão fechadas, não tem como repor as mercadorias”, argumentou uma representante dos comerciantes, que estão atendendo em barracas nas calçadas ao redor do Pop Center e Praça.
Bancas que estão na rua devem ser desmontadas até dia 14
A tarde desta quinta-feira (4) foi marcada por negociações e manifestações em frente ao prédio da Prefeitura de Pelotas, sendo o centro da pauta a retomada das atividades do Pop Center, fechado desde março devido à pandemia do novo coronavírus. Além de mediar as tratativas, a prefeita Paula Mascarenhas anunciou que o comércio informal instalado na área externa do prédio deve ser encerrado até o dia 14 de junho.
A gestora municipal abriu a reunião informando que deliberou a possibilidade da reabertura do Pop Center na próxima semana ao consultar o Comitê de Crise municipal e os especialistas das área da saúde, que estão monitorando a progressão da pandemia no município.
“Aceitamos a instalação provisória das bancas na área externa do Pop Center porque sabemos da necessidade financeira dos trabalhadores, mas não podemos retroceder na conquista de termos um local específico para que esse tipo de comércio funcione”, explicou Paula, que externou insatisfação com o fechamento da rua em frente ao Executivo municipal pelos manifestantes, antes do início da reunião. “Estamos aqui para conversar, não havia necessidade de queimar pneus, de trazermos insegurança para a população.”
A gestora municipal informou aos dois grupos ligados ao Pop Center algumas exigências, que devem constar em um novo Decreto Municipal, para a reabertura das bancas, entre elas, o uso obrigatório de máscara, a adoção de medidas de higiene – como a disponibilização do álcool gel -, a aferição da temperatura corporal de quem acessar o prédio, além do número de pessoas no local. Será permitida a permanência de uma pessoa a cada 4 metros quadrados por banca, no máximo três trabalhadores. Nos comércios de alimentação esse número limite será de duas pessoas.
“Também vamos solicitar o controle na quantidade de clientes, seguindo assim o decreto estadual, de ocupação máxima de 50% da capacidade do local”, alertou a prefeita.
“Também vamos solicitar o controle na quantidade de clientes, seguindo assim o decreto estadual, de ocupação máxima de 50% da capacidade do local”, alertou a prefeita.
Negociação
Boa parte das quase duas horas de reunião foi destinada às tratativas dos custos de condomínio e aluguel pagos pelos permissionários aos empresários administradores do shopping popular. As negociações foram abertas com acordo sobre o rateio da despesa que mantém serviços essenciais, como energia elétrica e água. Já a negociação do valor da locação dos espaços precisou ser mediada pela prefeita Paula, com apoio do secretário de Gestão da Cidades e Mobilidade Urbana, Jacques Reydams, e do vice-prefeito, Idemar Barz.
Os permissionários propuseram reduzir o valor do aluguel pela metade durante um ano e não iniciar as atividades em junho. Os administradores ofereceram duas semanas de isenção da despesa, outras duas com redução de 25%, mais 15 dias com o corte do custo em 50% e outras duas semanas pagando 75% do valor , normalizando o aluguel em setembro. Não houve acordo entre os representantes dos permissionários e os gestores.
Ao concluir a reunião, a prefeita sugeriu a continuidade das negociações e se disponibilizou a estar presente em novos encontros que definam a situação, uma vez que o Pop Center terá liberação municipal para funcionar nos próximos dias. “Me disponho a continuar mediando os acordos entre vocês, inclusive se acertarem a reavaliação de valores em setembro. Esse é um momento de negociação para tudo, já que estamos vivendo a incerteza de uma pandemia “, encerrou Paula.