Diário da Manhã

Paulo Porto pediu para sair após a sexta derrota no Gauchão
Foto: Alisson Assumpção/DM

A trajetória de Paulo Porto no Pelotas, que teve a conquista de três títulos (Sul/Fronteira, Supercopa Gaúcha e Recopa, além da conquista de vaga na Série D do Brasileiro) foi encerrada nesta quinta-feira. Ao final da tarde, a diretoria do clube oficializou a saída do treinador e seu auxiliar técnico Alessandro Telles. Os dois tomaram a iniciativa de pedir demissão, depois do jogo de quarta em Passo Fundo.

“Nós tentamos incentivar o Paulo Porto a continuar, mas ele disse que não teria como reverter o quadro, até pelo desgaste que já estava existindo”, afirmou o vice-presidente de futebol, Lúcio Barreto. Porto e Alessandro estiveram durante a tarde na Boca do Lobo, mas não comandaram o treino. O trabalho teve a orientação do preparador físico Manoel Lilles e do assistente técnico Alexandre Santos.

Porto foi contratado pelo Pelotas em junho do ano passado. Em quatro meses, ele conquistou três títulos pelo clube e recolocou o Lobão na Série D do Brasileiro. Mas o prestígio do técnico passou a se desgastar com a má campanha no Gauchão. Em nove partidas, o time somou apenas cinco pontos. Está há duas rodadas na lanterna da competição. O risco de rebaixamento é uma ameaça real.

Antes, após a quarta rodada – derrota em Lajeado, dia 29 de janeiro – Porto já havia colocado o cargo à disposição da diretoria, que não aceitou naquele momento a saída do treinador.

Treinador

O Pelotas pretende ter o novo treinador no comando do time na partida deste sábado, às 20h30, na Boca do Lobo, diante do São Paulo. A intenção dos dirigentes era ter anunciado o substituto de Paulo Porto na noite desta quinta-feira, mas isso deve acontecer no final da manhã de hoje. Os nomes especulados são de Luiz Carlos Barbieri, Pícoli e Itamar Schulle. Como alternativa emergencial pode haver a indicação de Felipe Müller, interinamente, para dirigir o time no próximo jogo.

Paulo Porto, que se desligou do Pelotas no começo da noite de ontem, estava na lista do Caxias, mas não vai voltar desta vez ao Centenário. O clube serrano contratou Beto Campos, que estava no São José.

Trajetória sofrível em quatro edições de Gauchão

Pelotas se repete nos últimos quatros anos: tem se preocupado mais com o rebaixamento do que com classificação

O Pelotas precisa avaliar as razões do fraco desempenho no Campeonato Gaúcho. Seja o “Barcelobo”, o Campeão de Tudo, a “terceira força do Rio Grande do Sul”… Mas quando chega o Gauchão, o time sucumbe. Desde 2011, o clube tem flertado com o rebaixamento. O aproveitamento nessas quatro edições da competição é de apenas 35,7%. Apenas uma vez, o Lobão conseguiu passar além da fase classificatória. Mas logo no primeiro cruzamento foi eliminado pelo Canoas.

Depois da grande campanha de 2010, quando o Pelotas chegou à final do segundo turno, perdendo o título para o Internacional no Beira-Rio, o sofrimento tem superado em muito os raros momentos de alegria. Mas agora há uma diferença: nos anos anteriores, o time arrancou mal, mas depois se recuperou no segundo turno. Em 2014, a reação tem sido perigosamente adiada, o que torna o futuro mais sombrio.

Nestes quatro anos, o Pelotas ganhou apenas 16 partidas. Em 2011, a equipe áureo-cerúlea venceu quatro vezes, empatou cinco e perdeu seis. As vitórias do segundo turno, contra os rebaixados Porto Alegre e Inter/SM, afastaram o fantasma da segunda divisão. O encerramento da campanha foi com a modesta 12ª posição, com aproveitamento de 35,5%

EXCEÇÃO – O começo do Campeonato Gaúcho de 2012 se deu com uma sequência de três derrotas. Depois, a reação. O Pelotas conseguiu um honroso oitavo lugar, somando seis vitórias, dois empates e sete derrotas. O time treinado por Beto Almeida se classificou para as quartas de final do segundo turno, mas não foi além de uma derrota de 3 a 1 para o Canoas. O aproveitamento foi de 41,6%.

No ano passado, o roteiro se repetiu – inclusive, com derrota nas três primeiras partidas. Mais uma vez, o Pelotas festejou o fato de ter escapado do rebaixamento. Nos 15 jogos, a soma de cinco vitorias, três empates e sete derrotas. O suficiente para ficar em 10º lugar, com aproveitamento de 40%.

Em 2014, o aproveitamento caiu para 18%: uma vitória, dois empates e seis derrotas. Para escapar do descenso será preciso ganhar quatro dos seis jogos restantes, portanto, alcançar o aproveitamento de 66,6%. Nesse caso chegaria a 17 pontos. No ano passado, o Santa Cruz foi o rebaixado com maior pontuação: caiu com 16 e cinco vitórias.

O Pelotas terá justamente quatro jogos dentro de casa: São Paulo, Cruzeiro, São Luiz e Caxias. Sai para enfrentar Novo Hamburgo e Grêmio.

Campanhas

2011 –

• Quatro vitórias
• Cinco empates
• Seis derrotas
• Gols pró: 21
• Gols contra 23
• Colocação: 13º
• Aproveitamento: 35.5%

2012 – Seis vitórias

Dois empates

Oito derrotas

Gols pró: 18

Gols contra: 26

Colocação: 8º

Aproveitamento: 41,6%

2013 –

• Cinco vitórias
• Três empates
• Sete derrotas
• Gols pró: 13
• Gols contra: 19
• Colocação: 10º
• Aproveitamento: 40%

2014 –

• Uma vitória
•  Dois empates
• Seis derrotas
• Gols pró: sete
• Gols contra: 13
• Aproveitamento: 18%

• Faltam ainda seis jogos: quatro em casa e dois fora

Gauchão

Resultados da nona rodada

Terça-feira, 18/2

• Internacional 2×1 Juventude

Quarta-feira, 19/2

• São José 2×1 Aimoré
• Lajeadense 0x1 Veranópolis
• Caxias 2×3 Grêmio
• Novo Hamburgo 0x1 Cruzeiro
• Passo Fundo 3×2 Pelotas
• São Paulo 1×1 São Luiz

Quinta-feira, 20/2

• Brasil 0x1 Esportivo

Próximos jogos

Sábado, 22/2

• Juventude x São José
• Pelotas x São Paulo
• Grêmio x Novo Hamburgo

Domingo, 23/2

• Veranópolis x Internacional
• Esportivo x Lajeadense
• Aimoré x Brasil
• Cruzeiro x Passo Fundo
• São Luiz x Caxias

Classificação Gauchão