Primeiro ingresso de surdos na UFPel
O primeiro ingresso específico para surdos nos cursos de graduação da UFPel ocorrerá no primeiro semestre de 2017.
Uma comissão elaborará uma proposta de resolução para ser apresentada aos Conselhos Superiores da Universidade, Consun e Cocepe, documento que regulamentará o processo seletivo especial a ser realizado. Para consultar sobre possíveis demandas de cursos da comunidade, a Universidade procurará a Associação de Surdos de Pelotas. Estas foram as principais definições de reunião realizada na quarta-feira,, no gabinete da Reitoria, para tratar sobre a seleção específica para surdos (foto).
Além disso, no encontro que teve as presenças do reitor Mauro Del Pino, da vice-reitora Denise Gigante e de representantes das pró-reitorias de Assuntos Estudantis e de Graduação, do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), do Centro de Letras e Comunicação (CLC) e da Coordenação de Processos de Seleção e Ingresso (CPSI), foram conversados temas como metodologia das provas, número de vagas e acompanhamento dos alunos. Sobre o processo seletivo específico, os participantes da reunião deixaram claro que será adaptado à cultura e à linguística dos surdos.
A Universidade utilizará, na concepção do processo especial para surdos, seu conhecimento e experiência no que já é feito para indígenas e quilombolas, processo de seleção também específico para estes segmentos. “Nossa intenção é de fazer a UFPel cada vez mais inclusiva”, disse o reitor.
A decisão da Universidade atende a uma reivindicação da comunidade surda local, que relata dificuldade de acesso ao ensino superior por meio dos processos tradicionais. Atualmente, a UFPel tem três alunos surdos na graduação – nos cursos de Engenharia da Computação, Turismo e Ciências Sociais -, e dois na pós-graduação. Além deles, há três docentes surdos. Há a ideia ainda de estender o processo especial de seleção também a cursos de pós-graduação.