Primeiro trimestre de apreensão no varejo gaúcho
Pesquisa realizada pela AGV mostra impacto dos fatores macroeconômicos no desempenho do setor no início de 2015
Quais foram os custos mais altos para o seu negócio neste trimestre? Essa foi uma das perguntas feita pela Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) aos lojistas afiliados, em pesquisa sobre o cenário econômico. A resposta da metade dos entrevistados foi a alta da energia elétrica. Já 31,6% citaram o aumento dos impostos e 5,3% o preço dos combustíveis. A imensa maioria (84,2%) afirmou sentir os efeitos da inflação e igualmente 84,2% sofrem influência a alta do dólar em seus negócios.
Segundo Vilson Noer, presidente da AGV, os fatores macroeconômicos foram decisivos no aspecto anímico dos consumidores, que perceberam as dificuldades e reduziram a confiança na economia. “Se protegeram comprando menos”, afirma o dirigente.
Quase a metade (47,4%) dos varejistas consultados considera a instabilidade e a insegurança econômica os fatores que mais impactaram no desempenho do seu negócio nos três primeiros meses deste ano. Para 21,1%, o cenário está relacionado com o aumento de custos e/ou impostos e para 10,5% com a falta de confiança dos clientes na economia local.
Em um balanço sobre o desempenho do negócio no trimestre, 34,2% afirmaram ter sido negativo. O mesmo percentual (34,2%) considera neutro ou igual ao referido período de 2014. Já 31,6% acharam positivo. Quando comparado ao ano anterior, a avaliação divide opiniões: 26,3% dos comerciantes classifica de 5 a 10% melhor. O mesmo percentual acha que foi de 5 a 10% pior. Para 21,1% o trimestre foi 10% pior e 18,4% avaliam como menos de 5% pior.
Com relação à inadimplência dos clientes nos três primeiros meses de 2015, 47,4% dos lojistas a consideraram moderada, 23,7% classificaram como equivalente a 5% e 10,5% como 10%.
Terceirização
A maioria (68,4%) dos varejistas participantes de pesquisa realizada pela AGV concorda com o Projeto de Lei que altera as regras de terceirização. Do total de entrevistados, entretanto, 31,6% mostraram-se contrários ao tema. Para o presidente da entidade, Vilson Noer, o projeto é um passo importante para modernização da legislação trabalhista e poderá gerar maior segurança as empresas e aos funcionários além de ser porta de entrada para os menos qualificados servindo como preparação para o mercado de trabalho.