Problemas do Residencial Haragano vão ao Ministério Público
Depois de uma reunião que durou quase duas horas, o presidente do Legislativo, Ademar Ornel (DEM), e o vereador Ricardo Santos (PCdoB), decidiram encaminhar ao Ministério Público um relatório com os problemas enfrentados pelos moradores do Residencial Haragano, construído pelo programa Minha Casa, Minha Vida, com recursos federais.
Este foi o terceiro encontro entre moradores, representantes da empresa construtora e Legislativo para buscar uma solução, mas, sem chegar a um acordo, a opção foi levar o assunto ao Ministério Público.
Além disso, o vereador Ricardo Santos também vai encaminhar pedido de informações à Prefeitura sobre os recursos que o governo libera para atividades sociais, como cursos profissionalizantes e de interação entre os moradores. De acordo com Cristiane Marques, que reside no condomínio, até o momento, nada foi realizado.
Dois anos já se passaram desde que as chaves das casas foram entregues e, desde aquele período, os problemas começaram a surgir. Rachaduras nas paredes, infiltrações, assoalho cedendo, paredes que estremecem com o vento, janelas quebradas, tomadas elétricas frouxas, mofo devido à umidade. Cerca de 90% das 280 unidades apresentam algum tipo de irregularidade.
Cláudio Azevedo, diretor da Construtora Roberto Ferreira, disse que a empresa mantém um grupo permanente de funcionários dentro do residencial para solucionar as demandas, e que já foram feitas mais de 500 intervenções. Ele também disse que para resolver tudo, somente com a avaliação de cada casa.
Muitos moradores já entraram na Justiça contra a construtora. Outros, ainda aguardam que a empresa solucione as falhas na infraestrutura de suas casas. Para o presidente da Câmara, os moradores estão amparados pelo Código de Defesa do Consumidor. Ele questiona o material utilizado na construção das casas – wood frame – que talvez não seja o mais adequado ao clima de Pelotas pela umidade, uma vez que outros empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, construídos com outra tecnologia não apresentaram os mesmos problemas.
“É preciso rever a infraestrutura e buscar alternativas para corrigir o que já está instalado”, afirmou Ademar Ornel.