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quinta, 07 de novembro de 2024

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Projeto de extensão da Fisioterapia da UCPel atende pacientes pós-Covid-19

01 julho
08:44 2021

Pessoas com sequelas graves e submetidas à ventilação mecânica são recebidas para tratamento individualizado através do SUS

Vencer a Covid-19 pode ser o começo de uma longa jornada em busca da reabilitação. Para contribuir com a oferta de tratamento após a alta hospitalar, o curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) criou um projeto de extensão voltado a pacientes com sequelas graves da Covid-19. Com atendimentos individualizados, realizados por estudantes do curso, a iniciativa vem contribuindo para restabelecer a qualidade de vida, o retorno às atividades laborais e sociais de pacientes.

Pessoas com sequelas graves e submetidas à ventilação mecânica são recebidas para tratamento individualizado através do SUS

Comprometimento respiratório, neurológico e cardíaco são sequelas comumente encontradas em quem chega para ser atendido, enumera a professora coordenadora dos atendimentos, Marilene Rabuske. Duas vezes por semana, pacientes encaminhados via Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos de forma individualizada. “Atuamos para resgatar o máximo possível da funcionalidade, e isso envolve melhorar a capacidade de movimento em todos os seus aspectos”, diz.

Para cada paciente, um plano de tratamento fisioterapêutico é elaborado, visto que o coronavírus se comporta de uma forma diferente em cada organismo. Muitos chegam à Clínica de Fisioterapia da UCPel sem apresentar mobilidade de costelas e músculos respiratórios (devido a sequelas do pulmão), ou acometidos de polineuropatia do doente crítico (pelo tempo prolongado em ventilação mecânica) ou também podem apresentar acidente vascular cerebral, ou, ainda, mielite transversa e síndrome de Guillain Barré.

Com a progressão clínica, obtida especialmente pelo atendimento e exercícios, é possível melhorar a capacidade respiratória, o condicionamento cardiovascular, a coordenação e equilíbrio, assim como os encurtamentos musculares e fraquezas detectadas. “O progresso é maior com a colaboração ativa do paciente e dos familiares envolvidos, o que permite avançar mais rapidamente, visto que a fisioterapia é complementada com exercícios domiciliares indicados em cada caso”, explica a docente.

Atendimentos via SUS

Todos os atendimentos prestados pelos acadêmicos do curso de Fisioterapia são gratuitos. Podem receber atendimento pacientes internados pelo SUS com alta hospitalar, pacientes encaminhados por Unidades Básicas de Saúde (UBS) com solicitação médica de fisioterapia, com encaminhamento da Secretaria de Saúde de Pelotas ou ainda demandas espontâneas.

De acordo com a professora Marilene, o trabalho desenvolvido pelo curso vem contribuindo para que pacientes restabeleçam movimentos muito afetados. “A fisioterapia atua para resgatar o máximo possível a funcionalidade, e isso envolve melhorar a capacidade de movimento, em todos os seus aspectos. Destaca-se a importância da equipe de saúde, pois o paciente também precisa de acompanhamento médico, nutricional, fonoaudiológico, psicológico e de enfermagem”, completa a docente.

Atuante nos atendimentos, a estudante do nono semestre, Júlia Almeida, se diz contente em integrar o projeto, visto que a maioria dos pacientes não teriam condições financeiras para pagar pelas sessões. “Essas práticas vêm sendo importantes porque também me desenvolvem como ser humano. Poder ajudar de alguma forma me deixa muito feliz”, diz.

Melhora a cada sessão 

A dona de casa Angelita de Ávila Lutz achou que os primeiros sintomas da Covid-19 eram resultado da asma, doença que convive há muitos anos. Com o aumento da falta de ar e da tosse, buscou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA Areal). De lá, restaram poucas lembranças da chegada na UTI do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).

“Fiquei dois meses hospitalizada e não lembrava direito onde eu estava. Ao sair precisei ser amparada pelo meu sobrinho e um amigo por não conseguir caminhar”, lembra. Com o começo das sessões de fisioterapia na Clínica da UCPel a sua saúde geral começou a melhorar. “Além de voltar a caminhar e recuperei também a minha autoestima por todo o cuidado que tenho recebido dos estudantes”, conta.

Na avaliação de Angelita, projetos como o de extensão do curso de Fisioterapia deveriam ser ampliados. “Me sinto uma privilegiada por contar com esse serviço e gostaria que qualquer pessoa tivesse acesso. Os estudantes vem sendo o meu porto seguro, porque além da fisioterapia é um carinho que a gente recebe”.

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