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Projeto em Rio Grande prevê maior complexo eólico do RS

Projeto em Rio Grande prevê maior complexo eólico do RS
19 setembro
09:32 2022

Conjunto de parques está em fase de licenciamento ambiental, e licença prévia será protocolada em breve

Um novo projeto idealizado para Rio Grande pode se tornar o maior complexo de energia eólica no Estado — e um dos cinco maiores no Brasil. O Complexo Eólico Wind Park deverá ser localizado às margens da BR-471 e tem investimento estimado em R$ 3,3 bilhões. Ao todo, serão 150 aerogeradores com capacidade de 4,5 MW cada, chegando a 675 MW. O maior empreendimento gaúcho desse segmento — o de Campos Neutrais, no Chuí — possui capacidade instalada de 582,8 MW.

O projeto, que está em fase de licenciamento ambiental, pode gerar cerca de mil empregos durante a fase de construção. Atualmente em fase de licenciamento ambiental, ele obteve o termo de referência da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e concluiu estudos de impacto ambiental na fauna e na flora da região ao longo das quatro estações do ano.

Na avaliação de Pablo Castellarin, sócio-diretor da Wind Park, o projeto se diferencia por ter um conjunto de fatores positivos: logística facilitada, proximidade da conexão elétrica com a subestação na região e qualidade do recurso eólico, entre outros. “Será um empreendimento completo por congregar diversos atributos que dificilmente são encontrados em outro lugar do Brasil”, defende.

A empresa avalia que a licença prévia deve ser obtida no início de 2023. Com isso, já aguarda o Despacho de Registro de Outorga (DRO) da ANEEL, permitindo a solicitação de acesso ao sistema de conexão elétrico para escoamento da energia a ser produzida, momento em que o projeto já poderá receber investidores interessados.

VANTAGENS COMPETITIVAS

Desde 2010, torres anemométricas estão em funcionamento no local projetado para o Wind Park. Esses instrumentos são responsáveis por medir e certificar os ventos da região. A série histórica de 12 anos com acompanhamento das empresas Lehber, Braselco e Inova identificou um fator de capacidade de 50,2% — índice considerado alto por especialistas. A título de comparação, a média das plantas gaúchas é de 34,5% — enquanto, no Nordeste, campeão nesse fator, a média máxima chega a 60%.

O projeto do Wind Park, na avaliação de Castellarin, também terá vantagens competitivas ainda na fase construtiva. “Como as terras ficam próximas do Porto de Rio Grande, e muitos dos aerogeradores e equipamentos são importados ou vêm de outras regiões do Brasil, a logística fica facilitada na comparação com parques que necessitam da via terrestre”, explica.

O projeto foi desenvolvido pensando no uso de áreas com atividade agropecuária consolidada há mais de 50 anos. Para preservar ao máximo a produção existente no local, foi desenvolvido um estudo criterioso para definir a melhor posição possível dos aerogeradores. “Esse envolvimento gerou o apoio dos proprietários envolvidos em todas as tratativas”, aponta Castellarin.

SINERGIA COM PROJETOS DA REGIÃO SUL

Desde o início da década de 2000, a costa oceânica tem sido identificada como uma das regiões mais atrativas do Brasil, de acordo com o Atlas Eólico. Isso porque o vento chega ao continente — sobretudo no Litoral Sul — praticamente sem nenhuma interferência geológica. Segundo o último mapeamento regional no Rio Grande do Sul, realizado em 2014, o estado teria capacidade de comportar cerca de 103 GW de potência instalada. Com o avanço da tecnologia, é provável que esse número aumente.

O Wind Park também tem sinergia com projetos que surgem na região Sul — como as novas usinas de Hidrogênio no Porto de Rio Grande. “Para obter o chamado ‘Hidrogênio Verde’, é preciso utilizar grande capacidade de geração, unicamente de fonte renovável. Isso se conecta também com a meta de redução em até 50% das emissões de carbono até 2030, compromisso que o Rio Grande do Sul assumiu a partir da assinatura do Brasil do Acordo de Paris”, ressalta Pablo Castellarin.

SOBRE A WIND PARK

Fundada em 2017, a Wind Park é uma empresa de desenvolvimento de projetos de geração de energia eólica. A companhia faz a integração de empreendimentos dessa matriz — estruturando e gerenciando todas as etapas do processo, sempre prezando pela segurança e responsabilidade ecológica.

A companhia identifica potenciais locais para construção dos projetos. Na sequência, realiza a medição de ventos, arrendamento das áreas, estudos ambientais e econômicos, estruturação e financiamento, além dos registros necessários. Após isso, busca investidores para venda ou desenvolvimento do empreendimento.

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