Diário da Manhã

quarta, 25 de dezembro de 2024

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Projeto “Rafael Z” percorre a região

05 agosto
09:22 2016

A iniciativa do músico Rafael Zorzolli, semanalmente apresentada no “Bar do Zé”, tem levado MPB, reggae e Pop Rok a cidades gaúchas

Por Carlos Cogoy

Sábado às 23h45min, como tem ocorrido há três anos, apresentação do compositor e músico pelotense Rafael Zorzolli no “Bar do Zé” – rua Conde de Porto Alegre 201. Ele explica: “As luzes se apagam e o projeto ‘Rafael Z’ entra em cena. No som, MPB, reggae e o Pop Rock nacional. O repertório é o público quem faz. Basta chegar e pedir a música que deseja ouvir. Se eu souber, certamente irei tocar.  Essa interação contribui  para a aceitação do público que frequenta o bar, pois todos saem satisfeitos. A entrada no show é gratuita, e a diversão é garantida”. O espaço atrai público expressivo, e o Bar do Zé está localizado na esquina com a rua Álvaro Chaves – em frente ao Centro de Artes (CEARTES/UFPel).

Pelotense Rafael Zorzolli idealizou a campanha solidária “Agasalhaço”

Pelotense Rafael Zorzolli idealizou a campanha solidária “Agasalhaço”

ESTRADA – Rafael menciona: “Há sete anos, dedico-me à música como trabalho. Comecei numa banda escolar, logo depois descobri o mundo do barzinho com o violão e voz. E foi nesse ambiente que me vi atuando melhor. Na minha trajetória houve bares e casas noturnas que adotaram a ideia, e proporcionaram grandes temporadas do projeto. Por exemplo, o ‘Dom da Palavra’, primeiro lugar a me abrir as portas. Por lá, toquei mais de um ano. A minha segunda casa foi o antigo ‘Wong Bar’, onde atuei por dois anos. Boa parte do meu público é daquele período. Houve sintonia e o pessoal ainda acompanha o ‘Rafael Z’. Na sequência cheguei ao ‘Bar do Zé’, minha nova casa. Em relação ao show, a duração pode variar. O que determina é a proposta da festa ou casa noturna. Mas geralmente são apresentações entre duas a três horas, onde toco músicas nacionais, passeando por uma linha do tempo. A proposta do show é relembrar os grandes clássicos da música nacional. Então resgato composições dos anos setenta, oitenta e noventa, chegando à música da atualidade”. Na estrada, Rafael Zorzolli já levou o projeto para apresentações em diferentes cidades da região, bem como esteve tocando em Porto Alegre. Na Zona Sul, destaca shows em Rio Grande, São Lourenço do Sul, Turuçu e Arroio Grande. Ele acrescenta sobre o violão na estrada: “Tenho a pretensão de, mais adiante, levar para outros Estados”. O músico divulga que adapta repertório para eventos como: casamentos; formaturas; aniversários; bares; pubs; restaurantes. Contatos podem ser feitos através do Facebook “Rafael Zorzolli”, ou no fone: (53) 8145.3008.  

HISTÓRIA – A música está no “DNA” de Rafael. “Meus avôs tocavam instrumentos, mas não tenho lembranças dessa fase. A minha história com a música começa aos seis anos de idade, quando ganhei o primeiro violão. E o instrumento foi presente da minha vó. Recordo que, quando meus pais escutavam música, simulava que estava tocando. Então, surpresa, ao chegar meu aniversário, recebi o presente tão desejado. Já o aprendizado foi bem complicado. Não contava com alguém que pudesse me orientar, o que dificultou bastante. Os primeiros acordes foram através de revistas, comercializadas nas livrarias ou bancas de jornal. Nas publicações, encontrava músicas das bandas. Mais tarde, na adolescência, com acesso à internet, conheci amigos que tocavam também. Com a troca de ideias, dei grande salto no aprendizado”.

MUSICOTERAPIA – Rafael está começando a formação em música na UFPel. Ele explica sobre a nova fase: “Depois que, sozinho, descobri tudo que podia, e também as coisas que aprendi na vida noturna, observei evolução satisfatória. Porém, não bastava. Então ano passado me inscrevi no Enem e tive o prazer de ser aprovado para o curso de Licenciatura em Música da UFPel. Comecei no início deste ano, e agora estou no segundo semestre do curso. Ainda não sei ao certo qual área vou seguir, mas tenho uma grande vontade de aprender sobre a ‘Musicoterapia’. Nessa área, a música e seus elementos, como o som, ritmo, melodia e harmonia, são meios para a reabilitação física, mental e social, tanto individual quanto em grupos”.

AUTORAL – Dedicado ao projeto “Rafael Z”, músico diz que a gravação de EP ou disco ficará para outro momento. Outra vertente é a criação autoral de Rafael. “Componho com certa facilidade, e os temas são diversos. A maioria está disponível no YouTube, com a tag ‘Rafael Z’. Também é possível encontrar na minha página no Facebook”, informa.

 Rafael promoveu arrecadação de agasalhos para o Hospital Espírita

Rafael promoveu arrecadação de agasalhos para o Hospital Espírita

Show solidário

A solidariedade também está entre os acordes do músico Rafael Zorzolli. À frente do “Agasalhaço”, reuniu bandas num show solidário que arrecadou doações.

Sobre a iniciativa, Rafael acrescenta acerca da participação e material recebido: “Neste ano conseguimos desenvolver um projeto cuja finalidade é uma ação solidária. Assim, no dia 5 de junho houve a realização de show para a arrecadação de agasalhos. Destaco o comprometimento dos músicos, pois contamos com a apresentação de oito bandas. O ‘Agasalhaço’ como foi definido, teve como resultado a doação de quatrocentas peças de vestuário. O montante foi encaminhado diretamente ao Hospital Espírita. No local, tenho realizado trabalhos voluntários. Em especial através da música, oferecendo o contato com a arte para os pacientes e também funcionários da instituição”.

Cena e a crise

Rafael pretende participar de projetos como o Sete ao Entardecer e o Terça com Música. “Tenho muita vontade de participar dos projetos. Já me inscrevi e, quem sabe dia desses, serei um dos artistas que estará mostrando trabalho também”, acrescenta.

Acerca da cena artística, Rafael considera “fantástica, pois você pode viajar por todo o Estado e dificilmente achará diversidade tão grande de artistas como aqui. Acredito que, pela quantidade de pessoas de outros Estados que, vêm estudar, e trazem um pouco da sua cultura pra cá”.

CRISE afeta a todos. Rafael observa que, sem emprego, alguém diminui ou nem tem momento de lazer. Com isso, perde o dono do bar que poderia contratá-lo. Sem dinheiro, ele não troca instrumento, o que afeta o comércio. Além disso, também não usará o serviço de transporte. Assim, enfatiza, todos são atingidos.

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