Projeto realizado por equipe da UBS Guabiroba motiva a solidariedade
As mãos de dona Maria da Graça Del Ponte voam ágeis pelas agulhas de tricô, impulsionadas pela vontade de ajudar o próximo e dar um sentido mais amplo aos 69 anos de vida. Ele é uma das 20 senhoras que integram o grupo Tecendo Amor, criado e mantido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Guabiroba, da Secretaria de Saúde (SMS) e que integra a Rede Bem Cuidar, com apoio da comunidade.
Todas as quartas-feiras à tarde, elas vão chegando aos poucos na sala dedicada aos trabalhos, sempre aberta à participação de mais pessoas. Em uma mesinha de canto, um chá preparado especialmente para a ocasião ajuda a conversa a fluir, enquanto as mãos vão tecendo amor em forma de toucas, mantas e casacos, que mais tarde são doados para quem mais precisa. No ano passado, foram os moradores do asilo de idosos que receberam sapatinhos feitos de lã.
Em 2019, serão os alunos da escola infantil do bairro que ganharão os mimos feitos com tanto carinho pelas senhoras, no entanto, o público-alvo pode aumentar, já que a produção é abundante.
Conforme a coordenadora da Rede Bem Cuidar, Aline Geppert, a UBS Guabiroba é um modelo a ser seguido: os servidores abraçaram a proposta completamente, entenderam o novo conceito e passaram a investir em atividades preventivas.
Para isso, a unidade criou diversas atividades educativas e terapêuticas, como o projeto Tecendo Amor, em que um grupo de mulheres combate a depressão confeccionando peças de tricô, que logo são doadas a instituições de caridade. “É um trabalho muito bonito e que tem tido ótimos resultados”. Um exemplo é a aposentada Maria Dilma Umpierre, 64 anos.
Ela participa há pouco tempo do grupo, mas já sente mais animada para enfrentar as dificuldades da vida. “Estou adorando e pondo prática algo que ocupa a mente e ainda ajuda outras pessoas”, garante ela, que além do tricô, tem colocado em prática seus dons para o artesanato.
“Muitas não querem nem sair de casa, pois estão deprimidas, mas vamos insistindo até convencê-las a participar do grupo e quando isso ocorre é uma vitória para todos”, diz a agente de saúde Elisângela Rodrigues.
Apoio
A lã utilizada pelo grupo para os trabalhos é doada pela comunidade. No momento, o estoque de material está baixo e, por isso, a equipe pede ajuda à população para que doe novelos ou blusões que não usem mais para que as mulheres possam continuar trabalhando. Segundo a enfermeira Lucimar Barbosa, a última doação foi feita pelo projeto Bouquet do Amor.
“Foram 200 unidades que ajudaram a criar inúmeras peças, só que já está acabando. Estamos pensando em fazer um chá beneficente, mas quem quiser ajudar, é só entregar aqui na UBS”, fala Lucimar, que idealizou o projeto.
O grupo de convivência reúne-se todas as quartas-feiras, das 14h às 16h, na rua Dr. Arnaldo da Silva Ferreira, 352. Qualquer pessoa da comunidade pode participar, até quem não sabe tricotar, pois as integrantes ensinam os pontos básicos àquelas que desejarem aprender.
“Nosso grupo é uma família, aqui nos ajudamos e trocamos experiências, e ainda fazemos o bem. Somos pura gratidão”, afirma a aposentada Vilma Maria Santos de Almeida, 64, que acompanha o grupo desde seu início, em maio de 2018.