PROTESTO RODOVIÁRIO : Insegurança e violência pautam Audiência Pública
Trabalhadores paralisam atividades para pedir socorro às autoridades em encontro na Câmara Municipal
Quase todas as partes interessadas no tema estavam presentes. Quase todas. Os trabalhadores do transporte coletivo urbano, as autoridades da área da segurança pública, vereadores, representantes sindicais e secretários municipais se fizeram presentes. O quase fica por conta do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas, que não se fez representar na Audiência Pública na Câmara Municipal para tratar da insegurança e violência que assolam motoristas, cobradores e usuários do transporte coletivo urbano de Pelotas.
O plenário da Câmara Municipal, na tarde de ontem, ficou azul, lotado de trabalhadores do sistema, que paralisaram as atividades por cerca de três horas para pedir socorro às autoridades contra o crescente aumento no número de assaltos a que estão expostos durante o cumprimento de suas jornadas de trabalho. Somente nos primeiros dias deste mês já são mais de 20 ocorrências. Há uma semana, inclusive, um ônibus da linha Capão do Leão foi assaltado por bandidos armados com um fuzil.
“Nós não queremos é ter de lamentar a perda de vidas de trabalhadores, os quais estão totalmente vulneráveis à ação dos bandidos”, observou José Inácio de Jesus, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários em Pelotas (STTRP).
A queixa e lamento do sindicalista é acompanhada verbalmente no protesto de Paulo Miori, cobrador da Empresa Conquistadora, que em um mês foi vítima de quatro assaltos. “A gente trabalha com medo, pois a qualquer momento somos assaltados, por qualquer um que queira fazer isso”, salientou.
Os registros que se seguiram deixam transparecer um problema que mascara o número oficial de registros de assaltos, que já é alto. Em 2017 ficou próximo de 200. Muitas vezes a ocorrência não é registrada em função de o trabalhador não dispor de tempo, dispensa, para se dirigir ao órgão policial e fazer o registro. E segue o drama.
Dentre as ideias surgidas na oratória das autoridades, o delegado Felix Rafaim, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) observa que talvez esteja na hora ser criado um grupo de serviço específico para ações junto transporte coletivo, considerando ser esse um dos focos das ações dos assaltantes.
NOVO ENCONTRO
Da audiência proposta e presidida pelo vereador Eder Blank (PDT), após ouvidos os reclames, medos e considerações, ficou decidido a realização de um outro encontro para novos e definitivos encaminhamentos na busca por alternativas que amenizem o problema insegurança e violência na transporte coletivo urbano de Pelotas: será no dia 15 de fevereiro às 14h, no plenarinho da Câmara, com a presença de vereadores, autoridades ligadas à segurança pública, sindicatos dos trabalhadores e das empresas e representante do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas.
“Creio que o objetivo da audiência foi alcançado. Estavam presentes pessoas que agora sabem mais sobre o problema e poderão ajudar na formatação de ações de prevenção e combate à violência contra os trabalhadores e usuários do transporte coletivo”, concluiu Eder Blank.
Além do delegado Felix Rafaim, do capitão Mendonça, do 4º BPM e do secretário municipal de Segurança, tenente Aldo Bruno, também se fizeram presente o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Alam, o Sindicatos das Empresas de Transporte Coletivo, por Jorge Oehlschlaeger e STTRP, com José Inácio de Jesus. Os vereadores Toninho Peres, Jose Sizenando, Ademar Ornel, Reinaldo Elias (Belezinha) e Fernanda Miranda.