Diário da Manhã

sexta, 15 de novembro de 2024

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QUE SUFOCO! Resistência em Fortaleza

19 outubro
09:50 2015

Para assegurar o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, o Brasil suportou a pressão do Fortaleza durante o jogo inteiro. Foram 49 minutos de tensão no primeiro tempo e outros 50 na etapa final. A resistência acabou sendo recompensada com o empate por 0 a 0 e a festa do terceiro acesso do Xavante em três anos seguidos.

Brasil suporta pressão do Fortaleza e festeja o acesso Foto: Carlos Insaurriaga/Assessoria GEB

Brasil suporta pressão do Fortaleza e festeja o acesso
Foto: Carlos Insaurriaga/Assessoria GEB

Ninguém tinha dúvida de que o Fortaleza iria pressionar o Brasil, sendo empurrado por 60 mil torcedores. E foi exatamente que aconteceu desde o começo do jogo. Até os 14 minutos, o time cearense já tinha criado quatro situações de gol. Eduardo Martini já tinha realizado duas grandes defesas e a bola já tinha batido no travessão, num chute cruzado de Lúcio Maranhão em que houve desvio de Leandro Camilo.

Depois do sufoco inicial, o Brasil acertou a marcação, tirando o espaço do adversário. Passou a controlar melhor do jogo, embora o domínio permanecesse com o Fortaleza. Aos 32 minutos, Ricardo Berna cometeu um erro, soltando a bola, e Cleverson não teve tempo de se aproveitar para  marcar o gol rubro-negro.

PRESSÃO – O segundo tempo foi um típico teste para cardíacos. De um lado, o desespero dos torcedores do Fortaleza, porque o gol não saia. De outro, a tensão dos rubro-negros, com a pressão do adversário. Pelo menos por duas vezes, a bola passou pela pequena área do Brasil. Daniel Sobralense cabeceou, aos 20 minutos, e a bola explodiu no travessão. E o Xavante escapou de mais uma situação de extremo perigo.

Martini, o herói do acesso

Eduardo Martini foi o herói do acesso no Campeonato Brasileiro de da Série D no ano passado, defendendo duas cobranças de pênaltis diante do Brasiliense, em Brasília. Quase um ano depois, ele volta a Pelotas, depois de outro acesso do Xavante, nos braços da torcida rubro-negra. Um jogador que deu volta por cima, porque passou por um momento difícil há 20 dias, quando ele falhou nos dois gols do Guarani no Bento Freitas.

Martini: herói do acesso Foto: Carlos Insaurriaga/Assessoria GEB

Martini: herói do acesso
Foto: Carlos Insaurriaga/Assessoria GEB

Após o jogo em Fortaleza, com uma atuação espetacular, Martini lembrou-se de seu pai, que morreu em agosto. “Durante a caminhada, eu perdi uma pessoa muito especial, que me acompanhou durante os 22 anos que estou jogando futebol. Diariamente, viveu aquilo, vibrou comigo, realizou comigo, se frustrou comigo. Realizou muito mais do que se frustrou. Hoje, ele não está mais comigo, mas, com certeza, não na matéria, mas estava comigo lá dentro do campo”, disse emocionado.

Martini fez seis defesas de alto grau de dificuldade na partida e, entre tantos destaques do Brasil, acabou sendo exaltado como o melhor em campo no empate por 0 a 0 com o Fortaleza, no Castelão.

Desafio é reformar o Bento Freitas

O futebol gaúcho volta a ter um time participante na Série B do Campeonato Brasileiro, depois de seis anos. O último foi o Juventude, que acabou sendo rebaixado em 2009. O momento é de comemoração pela vaga conquistada neste sábado em Fortaleza, mas existe um desafio enorme pela frente, considerando a realidade que o clube terá na próxima temporada. Trata-se da reformulação do estádio Bento Freitas.

Jogadores registram momento histórico no Castelão

Jogadores registram momento histórico no Castelão

“Precisamos construir um novo estádio relâmpago”, disse o presidente Ricardo Fonseca logo após o encerramento da partida de sábado no Castelão. O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, apresentou uma sugestão, caso haja dificuldade em realizar a obra através da parceria com a Construtora Porto 5. Ele sugeriu que 6 mil pessoas se associasse ao projeto, com o pagamento de R$ 1 mil. “Com R$ 6 milhões, seria fácil para o Brasil fazer o novo estádio”, disse.

O técnico Rogério Zimmermann falou do encerramento de um ciclo de três anos de vitórias, títulos e acessos. Lembrou que a partida no Castelão foi o grande teste da equipe. “Passamos pelo maior teste que nós poderíamos passar, diante de 60 mil pessoas e um grande adversário. Se nós subíssemos de outra maneira, talvez não saberíamos a força real que o Brasil tem”.

FORTALEZA (0)

Ricardo Berna; Tinga, Lima, Adalberto e Thallyson; Correa, Auremir (Pio), Daniel Sobralense e Everton; Maranhão (Ricardo Jesus) e Lúcio Maranhão. Técnico: Marcelo Chamusca.

BRASIL (0)

Eduardo Martini; Wender, Leandro Camilo, Teco e Xaro; Leandro Leite, Washington, Diogo Oliveira, Felipe Garcia (Gustavo Papa), Nena (Cirilo) e Cleverson (Galiardo). Técnico: Rogério Zimmermann.

Local: Arena Castelão, em Fortaleza/CE. Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP); assistentes: Carlos Augusto Nogueira Junior (SP) e Anderson José Moraes Coelho (SP). Cartões amarelos: Daniel Sobralense e Maranhão (F); Martini e Wender (B). Expulsão: Xaro (B).

Com a entrada de Pio, a decisão apresentou uma disputa especial entre o chutador meio-campista do Fortaleza e Eduardo Martini. O goleiro foi espetacular, com pelos menos quatro defesas sensacionais. A bola andou raspando o poste. Quando o time da casa foi para o abafa, o técnico Rogério Zimmermann reforçou a defesa antiaérea, com Gustavo Papa e Cirilo. Xaro foi expulso, mas não houve tempo de o Fortaleza tirar proveito desta vantagem. O drama acabou e a festa rubro-negra começou.

 

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