Queda de faturamento é o principal impacto da crise nos pequenos negócios no RS
Levantamento do Sebrae RS está redirecionando a estratégia da organização para atender às principais carências apontadas pelos empreendedores na pesquisa
Realizado semanalmente pelo Sebrae RS, o Monitoramento dos Pequenos Negócios tem o objetivo de avaliar os impactos da crise provocada pelo Coronavírus, bem como de orientar e redirecionar a atuação da organização para ofertar produtos e serviços apontados como mais necessários aos empreendedores neste momento. “De posse destes dados, identificaremos, semanalmente, tendências e poderemos atuar de forma ainda mais assertiva apoiando e oferecendo aos pequenos negócios as soluções adequadas para que atravessem este período de crise com menor prejuízo possível e, até mesmo, em alguns casos específicos, com aumento de faturamento”, ressalta o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.
A primeira pesquisa da série, feita entre os dias 03 e 11 de abril, revela que, entre os afetados pelo isolamento social, 90% indicaram queda no faturamento nos últimos 15 dias, sendo que, para 67%, a queda foi superior a 50%. Para 7% não houve alteração do faturamento e apenas 3% responderam que o faturamento aumentou.
O levantamento também mostra que 75% dos pequenos negócios estão sendo afetados negativamente pela crise e mais de 70% destes estão no setor de indústria e prestação de serviços. No entanto, 16% estão sendo impactados de forma positiva e, entre eles, a maioria é do setor de comércio. Dentre aqueles que não estão sendo afetados, 28% encontram-se no agronegócio.
Mas qual é a expectativa dos empreendedores para os próximos 30 dias? De acordo com o levantamento, 29% pretendem reposicionar as atividades da empresa, sendo que destes, 53% atuam no setor industrial. Um percentual um pouco maior, de 32%, respondeu que vão manter-se no mercado e 6% ainda pretendem expandir a atuação, mas outros 27% têm a expectativa de redução e 6% consideram que irão encerrar as atividades.
Para enfrentar as dificuldades, as principais medidas adotadas pelos empreendedores foram: renegociação de prazos/pagamentos com os fornecedores (34%), redução de horário de funcionamento (26%), ampliação das vendas online (24%), renegociação de financiamentos existentes (23%), implantação do teletrabalho (22%). Apenas 15% optaram por fechar por tempo indeterminado, 13% demitiram funcionários e 13% buscaram financiamento para despesas imediatas.
Diante do novo cenário, eles apontaram que suas principais necessidades são de capital de giro (50%), isenção de impostos e taxas (48%), carência para pagamento de impostos e taxas (31%), alternativas para diversificar produtos/serviços (29%), adequação de custos (26%), orientação sobre finanças (23%) e orientação sobre assuntos trabalhistas (13%).
O gerente de gestão estratégica do Sebrae RS, André Campos, afirma que o levantamento é feito a partir de entrevistas com clientes que tiveram relacionamento com a organização durante o período. Desta forma, é possível ter um cenário real e atualizado das principais dificuldades que são enfrentadas e da busca de alternativas. “O maior problema é a queda de faturamento”, acrescenta.
Consultorias online
Tendo em vista as necessidades apresentadas no Monitoramento dos Pequenos Negócios, com destaque para os temas finanças e modelagem de negócios, o Sebrae RS desenvolveu dezenas de consultorias online para apoiar os pequenos negócios. Trata-se de uma adaptação da Consultoria em Gestão que agora passa a funcionar no modelo digital, em função da restrição de contato e isolamento social. Elas estão disponíveis na página: sebraers.com.br/consultoriaonline.