Diário da Manhã

sábado, 16 de novembro de 2024

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Quinta às 20h, lançamento do documentário “Jazz da Lata – Mister Pelé” Por Carlos Cogoy

18 novembro
08:37 2020

Vilson “Mister Pelé” Couto (1949/2017), Cidadão Emérito de Pelotas, conforme a Lei 6.375 de 5 julho de 2016, e vencedor do Movimento – Prêmio de reconhecimento da Cultura Popular de Pelotas -, ganha novo documentário. Em 2013, a equipe do “Fio da Navalha”, gravou entrevista com o criador do Bloco da Lata, e idealizador de eventos comunitários como o “Sopão solidário”. O material com 44 minutos, está disponível no Youtube. Algumas das imagens e declarações do vídeo, foram cedidas para o grupo do Ponto de Cultura Paralelo 33, que amanhã estará lançando “Jazz da Lata – Mister Pelé”. Conforme Heriberto “Betinho” Mereb, o documentário com quase 23 minutos, terá lançamento numa live com início às 20h. Na programação do Ponto de Cultura, Heriberto “Betinho” Mereb e Davi Batuka, que também estará lançando disco. Para assistir: https://www.facebook.com/outro.sul

JAZZ – Humilde e fraternal, Mister Pelé, foi criado à rua Andrade Neves – entre Benjamin Constant e Conde de Porto Alegre -, onde começou a realizar pequenas tarefas para a vizinhança. Posteriormente, comerciário com períodos na então Mesbla, “Sapinho” e Trilhotero. Também sobreviveu como vendedor ambulante, comercializando meias no centro da cidade. Ligado à cultura da black music, notabilizou-se como dançarino que criava as próprias coreografias. E orgulhava-se de medalhas conquistadas em festas das equipes de som “Transa Negra” e “Apollo Som”, que lotavam os ginásios da Agremiação e Paulista nos anos setenta. Durante quatro anos morou em São Paulo, onde trabalhou como zelador de prédio, apresentou-se no então programa Clube do Bolinha – performance ao som do jamaicano Jimmy Cliff -, e recebeu convite para ensaiar com o grupo de Nelson Triunfo, precursor da dança Break no Brasil. De volta à cidade natal, criou o Bloco da Lata, improvisando instrumentos para grupo de crianças e jovens.

DOCUMENTÁRIO reúne imagens e recortes de apresentações e entrevistas. Betinho explica: “Gentilmente também temos imagens gravadas pela Moviola Filmes, quando do trabalho, que durou três anos, documentando os bastidores e desfiles do tradicional Carnaval de Pelotas. E nos foram cedidas as imagens referentes ao Mister Pelé, podendo mostrar o seu lado carnavalesco, incansável, pois chegou a participar de seis agremiações numa só noite de folia. Então, um pouco da sua visão do Carnaval, da dança, da música, e de como suas latas viraram blocos da lata, nas periferias da cidade. Também temos material gentilmente cedido pelo programa ‘Estação Saudade’ de Vitor Hugo Lautenschlager, com a performance de Mister Pelé, quando se candidatou a Rei

Momo. Segundo ele, não ganhou pois os jurados estavam dormindo”. Após o lançamento na quinta-feira, o documentário poderá ser assistido no canal do Youtube do Ponto de Cultura Paralelo 33 Transformundo, e no Blog: jazzdalatamisterpele.blogspot.com

GENEROSIDADE – O documentário iniciou em 2017, e foi concluído ano passado. Betinho acrescenta: “O documentário procurou deixar o próprio Mister Pelé contar sua história como o cara solidário, humano e generoso que foi, mostrando o artista que levou a memória viva da tradição, e da diversidade cultural da periferia, que criou e inventou sua própria estética, que foi sua estratégia de sobrevivência, mas sem perder a ternura nunca, mesmo com as mazelas que a cidade de Pelotas lhe impôs”. Em destaque, depoimentos da sobrinha Daniela Brizolara, e da senhora Maria Eustácia Macedo Alves – matriarca da família -, com quase cem anos. O vídeo teve financiamento do então Cultura Viva do governo federal, e governo gaúcho através do Edital Rede RS Pontos de Cultura.

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