RACISMO Estudante é chamada de “macaca” e jovens protestam no Assis Brasil
Nesta quarta às 9h, manifestação antirracista
Por Carlos Cogoy
Na quinta-feira durante o recreio, uma aluna do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, foi vítima de racismo. Conforme colegas, que estão organizando manifestação antirracista, programada a manhã desta quarta, a adolescente foi chamada de “macaca”. Além disso, também foi jogada uma banana em sua direção. A vítima, de acordo com colegas, está abalada, “sentindo-se péssima”. Como forma de apoio, mas também expressando indignação, nesta quinta às 9h, será realizada manifestação em frente à escola, que está situada à rua Antônio dos Anjos 296.
MANIFESTAÇÃO conta com apoio de professores do Assis Brasil. A estudante Emelinne Souza, que está concluindo o ensino médio, informa que estão sendo elaborados cartazes e faixas, alertando para o racismo estrutural. O grupo divulga: “Somos alunos da escola Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, e estamos organizando um protesto antirracista e pacífico, que acontece nesta quarta-feira, à frente da nossa escola. Estaremos nos encontrando às 8h30min, para conscientizar, sobre a igualdade e o respeito que todos merecemos. Quem quiser se juntar a nós, pode trazer cartazes e qualquer instrumento que faça barulho, e ajude a lutar por essa causa, pois precisamos ser ouvidos. Estaremos trajando preto e, quem puder, venha também. Essa causa não é apenas por uma escola, é para, e por todos nós. Então, estão todos convidados. Venha ser mais uma voz a gritar por respeito e igualdade. Racismo é crime, e infelizmente ainda está presente na nossa sociedade, o pior cego é aquele que não quer ver. Não ao racismo”.
PENSAR – Na manifestação haverá presença de lideranças do movimento negro. Emelinne cita versos de Gabriel Pensador: O racismo é burrice/ mas o mais burro não é o racista/ É o que pensa que o racismo não existe/ O pior cego é o que não quer ver/ E o racismo está dentro de você/ Porque o racista na verdade é um tremendo babaca/ Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca/ E desde sempre não para pra pensar/ Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar/ E de pai pra filho o racismo passa/ Em forma de piadas que teriam bem mais graça/ Se não fossem o retrato da nossa ignorância/ Transmitindo a discriminação desde a infância/ E o que as crianças aprendem brincando/ É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando/ Qualquer tipo de racismo não se justifica/ Ninguém explica/ Precisamos da lavagem cerebral/ Pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural.