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domingo, 05 de maio de 2024

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REFERÊNCIA ESTADUAL : Treinadora Camila conta a história positiva da Vem Ser Rugby

11 maio
09:22 2020

Projeto da UFPel tem conquistado o estado e feito frente com as melhores equipes brasileiras

Por: Henrique König

O Rugby não é uma modalidade que apareça diariamente na televisão ou nos jornais pelo país. Mas é uma paixão para meninas de Pelotas que aliam força, velocidade e agilidade para atravessar o campo de disputa e marcar o try (tento). O objetivo das jogadas consiste em colocar a bola oval na área oposta, atravessando as linhas adversárias. A modalidade lembra o futebol americano, que ganhou muitos interessados pelas transmissões da NFL, dos Estados Unidos, mas as peculiaridades e a dinâmica do jogo são bem diferentes. Entre as praticantes do Rugby no Rio Grande do Sul estão as atletas do Vem Ser Rugby, um projeto surgido na UFPel com a treinadora Camila Borges Müller.

Nossa entrevistada conta que começou no rugby em 2013, através do Antiqua Rugby, clube que é referência no extremo sul, nas categorias adultas, disputando e trazendo grandes resultados a nível estadual. O surgimento da Vem Ser Rugby é no Laboratório de Ensino de Esportes Coletivos (LEECol) da UFPel, com a parceria entre Camila Müller e o professor Eraldo dos Santos Pinheiro. Antes propriamente do Vem Ser Rugby, já havia o projeto Vem Ser Pelotas, que visitava as escolas municipais, em parceria com a Prefeitura, realizava exames físicos e de aptidão e convocava novos atletas para projetos de Taekwondo, Remo e outras modalidades.

2017 foi o ano da captação para o Rugby, iniciando do zero. “Selecionamos meninas, um dos motivos pelo baixo interesse que existe no esporte feminino,

inclusive na escrita científica”, revela Camila, que desenvolveu seus estudos em Educação Física sobre o Rugby Feminino.

No primeiro ano, das 29 selecionadas, 11 participaram do projeto e iniciaram a rotina de treinos físicos, técnicos e táticos. Em 2018, algumas deixaram a Vem Ser Rugby, mas houve o crescimento de meninas pelotenses, que já representaram a Seleção Gaúcha na categoria Juvenil. “Foram 90% da equipe até 16 anos, em torneio realizado em São Paulo.”

2019 foi o maior salto da Vem Ser Rugby, quando possuíam cerca de 26 jogadoras no projeto. Camila conta que existem duas principais competições estaduais. Na Taça RS, em que a disputa é entre as equipes, as meninas afilhadas da UFPel foram as campeãs. No Campeonato Gaúcho, em que a disputa é entre regiões, elas ficaram com o vice. O torneio era formado por três etapas, sendo que a Vem Ser Rugby faturou uma. Ainda no prodígio ano de 2019, a principal viagem foi a Montevidéu, para o Valentín Martínez, campeonato mais visado na América do Sul. Uma categoria da Vem Ser Rugby ficou em 2º lugar e a outra em 3º.

A treinadora das jovens do Vem Ser Rugby e atleta do rugby adulto do Antiqua, ressalta o projeto da UFPel como referência nas categorias de base do Rugby Feminino no Rio Grande do Sul. Elas são responsáveis por quase metade das atletas participantes, inclusive emprestaram jogadoras para a formação da equipe da região da serra no último Campeonato Gaúcho. A busca da Vem Ser Rugby é expandir a modalidade para uma categoria mais nova, abaixo dos 15 anos, para preparar cada vez mais estudantes rumo às disputas adultas, na parceria com o Antiqua.

“A ideia do projeto não é só desenvolvê-las como atletas, mas como cidadãs, levando os valores do rugby para a vida, com paixão, respeito, solidariedade e disciplina. O esporte traz um impacto muito positivo para todas.”

Durante a pandemia do novo coronavírus, Camila e as demais integrantes da Vem Ser Rugby procuram conversar pela internet e seguir instruções da Confederação Brasileira de Rugby, com treinos em casa.

Escalando etapas, Vem Ser Rugby quer oportunizar cada vez mais jovens com qualidade de vida através do esporte Foto: Divulgação / Vem Ser Rugby

Escalando etapas, Vem Ser Rugby quer oportunizar cada vez mais jovens com qualidade de vida através do esporte
Foto: Divulgação / Vem Ser Rugby

Elas costumavam treinar três vezes por semana, entre treinamentos físicos, técnicos e táticos, com duração média de cada treino em 1h30min. O projeto sobrevive na parceria com a Prefeitura de Pelotas, em programas como o ProEsporte. A comissão técnica e as jogadoras também organizam sorteios e vaquinhas para arrecadar dinheiro, para compra e manutenção de materiais e cobrir custos que surjam em viagens. Novas ideias na equipe incluem buscar

parcerias com incentivo patrocinador, também visando auxiliar as meninas de baixa renda a seguirem no projeto.

No último fevereiro, elas voltaram a brilhar ao ficarem em 3º lugar no Campeonato Brasileiro de Rugby, em São Paulo. Das escolas municipais de Pelotas, no projeto da UFPel, na parceria da Prefeitura, a Vem Ser Rugby vai aliando esporte, saúde, qualidade de vida, crescimento da modalidade no estado e orgulho para região.

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