Região mobilizada pela retomada do Polo Naval
Prefeitos e vereadores de Pelotas, Rio Grande e Capão do Leão deram ontem, em Pelotas, o pontapé inicial naquela que pretende ser a maior mobilização regional já realizada para pressionar o Governo Federal a retomar os investimentos no Polo Naval de Rio Grande. Durante evento realizado na Câmara Municipal foi lançada a Frente Parlamentar Regional em Defesa do Polo Naval. Já nesta terça-feira representantes do movimento devem apresentar à Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) o plano das primeiras ações a serem realizadas.
Durante duas horas os representantes das três cidades se revezaram ao microfone do Plenário da Câmara de Pelotas para pregar um envolvimento maciço das organizações políticas, sociais e empresariais do sul do estado nas ações a serem desencadeadas pela Frente Parlamentar. “O que vimos desde 2005, em Rio Grande, foi o surgimento de um setor consolidado por três grandes estaleiros que gerou 30 mil postos de trabalho diretos, deu origem a uma cadeia produtiva com 70 mil trabalhadores e um mercado total de 450 mil empregos diretos e indiretos. Isso é um assunto que não interessa somente a Rio Grande, mas a todas as cidades da região”, disse o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lidenmeyer (PT).
AÇÕES – A participação da reunião da Azonasul, realização de reuniões públicas nas cidades vizinhas e de uma reunião da frente regional com a Assembleia Legislativa e a bancada gaúcha no Congresso Nacional são as primeiras ações definidas pela frente. “Vamos começar organizando as forças aqui da região para depois desembarcamos em Porto Alegre e Brasília com uma comitiva expressiva e decidida a ser ouvida tanto pelo governo estadual, como pelo governo federal”, explica o presidente da Frente Parlamentar, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (PT).
PLANO B – Coube ao ex-prefeito de Pelotas, Irajá Rodrigues (MDB) defender aquele que pode ser o Plano B para o uso das estruturas dos estaleiros de Rio Grande e São José do Norte, caso a Petrobras não volte atrás na decisão de encerrar o projeto da indústria naval gaúcha. A ideia passa pela utilização das estruturas para construir barcaças destinadas ao transporte de grãos para empresas multinacionais como a Bunge e a Iara, ambas com unidades em Rio Grande. A demanda seria incentivada, conforme o plano de Irajá pela interligação dos rios Ibicuí e Jacuí o que daria origem a uma hidrovia ligando a Fronteira Oeste com a Lagoa dos Patos e, consequentemente, com os países do Prata.
Conforme o ex-prefeito o Ministério do Planejamento já teria disponibilizado verba para a realização do estudo final da interligação dos dois rios através de um sistema de canais. “Enquanto se mantém a luta de brigar para que a Petrobras volte a reativar seus projetos em Rio Grande é viável investir tempo para defender este projeto alternativo que pode trazer benefícios econômicos para todo o estado”, argumenta.