RESSOCIALIZAÇÃO : Jovens do Case concluem oficinas de Hip Hop
A vida está mudando para João Vitor e outros seis jovens que cumprem pena no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Pelotas. Desde junho do ano passado, eles participam das aulas de artes do projeto Oficinas FASE (acróstico de Força, Ação, Sentido, Educação), que busca a reinserção na sociedade e a construção de um futuro longe da violência. Nesta quinta-feira, após 1 ano e quatro meses de aprendizado, se apresentaram pela primeira vez para suas famílias durante a cerimônia de formatura, que contou com a presença da prefeita Paula Mascarenhas e do secretário de Cultura (Secult), Giorgio Ronna.
AULAS são oferecidas através da parceria entre Prefeitura e Associação de Hip Hop de Pelotas
“Acreditamos muito em vocês e queremos ajudar que sejam melhores, além de oferecer novas oportunidades, abrir outras portas e estimular que descubram as suas potencialidades”, disse emocionada a prefeita, na cerimônia.
O sentimento de esperança era sentido no ambiente e percebido no olhar de cada um dos jovens que participou do projeto. Ronna contou que as aulas foram oferecidas em uma parceria da Prefeitura com a Associação de Hip Hop de Pelotas, através dos professores Luan Cunha e Vagner Borges, que ministraram aulas de MC (mestre de cerimônias), composição de rimas (rap) e de disc jockey (DJ). Essas ações são parte do eixo preventivo do Pacto Pelotas pela Paz, por meio do programa Segunda Chance Jovem.
Com bom desempenho, Wesley, Alison, Richard, João Vitor, Paulo Cesar, Marco e Cleber (os dois últimos entraram em progressão de pena e se desligaram do projeto no mês passado) também começaram a receber aulas de gravação de áudios (das músicas compostas por eles) e percussão.
O coordenador das atividades no Case, Luís Inácio Machado, destacou que o próximo passo do projeto é conseguir a prensagem (processo industrial que multiplica as cópias de uma mídia) dos discos com as músicas produzidas pelos jovens, para que fique o registro do trabalho deles. A previsão é de que isso ocorra até dezembro.
“A arte é capaz de trazer muitas mudanças internas. As oficinas são espaços fundamentais para que esses jovens comecem a perceber as possibilidades que eles têm na vida, a capacidade que possuem de elaborar versos e a possibilidade de futuro que podem encontrar na música”, destacou o coordenador Machado.
FUTURO
Além da apresentação dos jovens músicos para as famílias, outro momento também emocionou os envolvidos: a entrega do certificado de conclusão das oficinas a cada um dos participantes. Acompanhada do diretor da Case Pelotas, Israel Costa, a prefeita fez questão de entregar cada documento em mãos aos jovens e destacar o quanto aquele momento era importante e decisivo para seus futuros.
João Vitor, um dos “rappers”, era um dos que estavam emocionados. Disse querer levar o aprendizado para sua vida quando concluir o tempo na Case, o que ficou comprovado pela mãe e a namorada que da plateia demonstravam o orgulho pela conquista e a certeza de que o futuro reserva uma vida longe da violência.
