SAFRA SECA : Recesso interminável
Brasil ficará 123 dias sem jogos oficiais, o que determina queda de receita
Ano de Copa do Mundo é ano de dificuldade para os clubes que estão fora das divisões superiores do Brasileiro. O recesso pós-campeonato estaduais se torna interminável. Uma preocupação para os dirigentes que pretendem manter a base do grupo, como é o caso do Brasil. Considerado a data da última partida pelo Gauchão (contra o Grêmio, na Arena) e a previsão de início da Série D, o Rubro-Negro irá ficar 123 dias sem disputar um jogo oficial. Enquanto isso terá que pagar os salários dos profissionais (jogadores e comissão técnica).
Se as despesas são mantidas (mesmo que um pouco mais reduzidas), a arrecadação cai drasticamente. Não há receita de bilheterias e, sem jogos, a inadimplência do quadro social tende aumentar. O presidente Ricardo Fonseca admite não ter ainda uma informação precisa sobre as consequências do período sem futebol na receita gerada pelo quadro social. Durante o Gauchão, o Brasil alcançou pela primeira vez em sua história a marca de cinco mil sócios.
Desde 2010 (também ano de Copa do Mundo), o Brasil não ficava tanto tempo sem jogar partidas oficiais. Há quatro anos, o Xavante se despediu da Segundona, sendo eliminado precoce na primeira fase, no dia 3 de abril e só voltou a jogar em 17 de julho, estreando na Série C do Brasileiro. Além de o recesso ter sido um pouco menor, o clube não manteve a base do primeiro para o segundo semestre. O período sem competição naquela temporada foi utilizado para reformular o elenco.
Agora, o Brasil manteve 20 jogadores do grupo que participou do Gauchão e contratou mais dois. Ricardo Fonseca conta com a renda do jantar comemorativo à conquista do título de Campeão do Interior, dia 23, para poder pagar a folha salarial de abril. E tem ainda mais três meses de “safra seca” pela frente.