SALVADOR : Trajetória marcada por altos e baixos
O gol de Bruno Salvador – marcado aos 47 minutos do primeiro tempo do Bra-Pel de domingo – valeu a vitória e a classificação do Pelotas para as quartas de final da Copa Fernandão. Mas teve um significado especial para o autor do gol: um zagueiro que alterna momentos de altos e baixos no clube. Ele esteve presente nos momentos mais importantes do Pelotas nos últimos anos – seja no sucesso ou no fracasso.
“Esse gol representa muita coisa para mim, que não vivia um momento bom no Pelotas. Foi muito importante por ser num clássico, quando o Pelotas necessitava da vitória para a classificação na Copinha. Fiquei muito feliz em ajudar o time e dar alegria ao torcedor”, diz Bruno Salvador, 31 anos.
GAUCHÃO – A relação de Bruno Salvador com o Pelotas começou em 2010. Foi titular e destaque na equipe que realizou a melhor campanha em Campeonato Gaúcho, desde o retorno à primeira divisão em 2009. A volta ao clube em 2012 teve a sequência de jogos interrompida por causa de seguidas lesões. Mas a imagem negativa acabou sendo o erro cometido numa partida diante do São Luiz, na Boca do Lobo, pelo Campeonato Gaúcho deste ano. O zagueiro falhou e o time de Ijuí marcou o segundo gol da vitória por 2 a 1 – resultado que encaminhou o Lobão para o rebaixamento.
“Senti muito aquele erro, porque sou identificado com o clube. Mas o Pelotas não caiu naquele jogo, o rebaixamento começou antes, porque faltou planejamento”, ressalta. “Mas foi bom que aquilo tenha acontecido comigo e não com outro jogador, porque eu tenho estrutura para levantar a cabeça e dar a volta por cima”.
Nessa fase difícil da vida, Bruno Salvador contou com o apoio da família, especialmente da esposa Camila. Mas cita também alguns amigos dentro do Pelotas. “O Tiago Gaúcho, o Pedrão, o Roger Kath, o próprio Solilli me ajudaram muito. Não posso esquecer do Chamega e do Roger Bauer”, completou.
CAPITÃO – Meses antes, Bruno Salvador havia levantado três taças de campeão das copas Sul/Fronteira, Supercopa Gaúcha e Recopa, além da conquista de vaga na Série D do Brasileiro. Com uma trajetória de altos e baixos, o zagueiro quer aproveitar a volta do bom momento. Ele lembra que o gol marcado no Bra-Pel foi consequência de muitos treinos nos dias anteriores ao clássico.
“Como a jogada forte do Brasil é a bola parada, nós treinamos a defesa e também o contraveneno para usar contra eles. E acabou dando certo. A bola foi no segundo pau, o Gasparetto ajeitou de cabeça e a bola sobrou para mim. Fui feliz”, recorda.
APOSENTADORIA – Embora tivesse contrato com o Pelotas até outubro, a permanência de Bruno Salvador no grupo para o segundo semestre chegou a ser uma surpresa. Até se especulou que ele poderia parar de jogar profssionalmente. “Já penso nisso, mas não sei se é para agora. Vou fazer o curso de treinador, mas talvez não permaneça trabalhando no futebol”, conclui.
Lesão de Gilian está em análise
O Pelotas terá nesta terça-feira um diagnóstico mais apropriado sobre a lesão sofrida por Gilian, que teve uma torção no joelho e necessitou ser substituído no segundo tempo do Bra-Pel de domingo. Os outros, que sentiram lesão no clássico, não representam, a princípio, problema: Márcio Gabriel e Claytinho tiveram trauma no ombro e Marcos Rogério sentiu um desconforto, que determinou também sua saída mais cedo de campo.
A preocupação é realmente com Gilian, já que o joelho ficou inchado após o jogo. O jogador realizou um exame de ressonância magnética nesta segunda e o resultado sairá hoje. O Pelotas está enfrentando problema no setor de ataque, porque Éber se recupera ainda de uma fratura na costela. O centroavante não poderá jogar a próxima partida pela Copa Fernandão, porque foi expulso no Bra-Pel. Por sinal, sua segunda expulsão em três jogos nos quais participou na competição.