SAMU : Ex-coordenador diz que secretária foi informada sobre irregularidades
Em depoimento à Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, ontem pela manhã, o ex-coordenador do Serviço de Atendimento de Urgência (SAMU), Marcelo da Rosa confirmou ter notificado a secretária Ana Costa sobre irregularidades cometidas no abastecimento de ambulâncias e outras viaturas do órgão.
De acordo com Rosa, no entanto, a secretária não tomou nenhuma medida até o caso ganhar repercussão na imprensa estadual.
Conforme o relato de Rosa, em março deste ano em um telefonema anônimo feito para o Samu um cidadão informou sobre seguidos abastecimentos de uma viatura que estava fora de serviço. “Pedi para a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) as planilhas de todas as viaturas, até que foi detectado que a viatura (Peugeot Partner, placas IOA 0219) usada pelo departamento de Transporte tinha abastecimentos em todo o período no qual estava na oficina. Tinha abastecimentos até sábados e domingos. Peguei as planilhas destaquei as irregularidades fui até o gabinete da secretária”, declarou.
Durante a reunião a secretária solicitou que fossem solicitadas as imagens das câmeras de segurança do posto onde o veículo estava sendo abastecido. “Peguei a gravação onde aparecia a viatura sendo abastecida pelo Pablo e encaminhei para ela. Dias depois ela me chamou disse que ele disse que tinha usado a ambulância para levar peças para oficinas. Aguardei mais um posicionamento e não houve”, contou. No final de junho, Rosa encaminhou e-mail com toda a descrição da denúncia e sua apuração para a chefia da secretaria, mas nenhum outro retorno foi dado.
De acordo com Rosa, cabia a Gularte administrar todos os cartões de abastecimento e senhas dos servidores, sendo ele o único habilitado a fazer o controle do consumo de combustível da frota.
AUSÊNCIA – Apesar de convidado a comparecer na reunião e dar sua versão dos fatos, o ex-gestor da frota do Samu não compareceu. Para o presidente da Comissão de Saúde, Marcos Ferreira, o Marcola (PT) as evidências apontam para a ocorrência de irregularidades, porém ainda há necessidade de se tomar o depoimento de Gularte para afirmar isso categoricamente.
“Vamos tentar mais uma vez ouvir o responsável pela frota na época das denúncias, pois é fundamental fazer isso antes de dar um parecer conclusivo sobre o caso. Caso ele não aceite nosso convite iremos estudar alternativas judiciais para tomar esse depoimento”, declara.