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segunda, 17 de junho de 2024

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São Gonçalo chega a marca recorde de 3,06 metros

São Gonçalo chega a marca recorde de 3,06 metros
27 maio
08:34 2024

Valor é o maior já medido no canal, medida foi registrada às 3h da manhã desta segunda-feira (27). Prefeita Paula Mascarenhas destaca previsão meteorológica desfavorável para as próximas 48 horas, com chuvas e vento Leste

A situação é preocupante em Pelotas, em razão das cheias e das elevações significativas da Lagoa dos Patos e do Canal São Gonçalo, manancial que na madrugada desta segunda-feira (27) chegou ao seu maior nível já medido: 3,06 metros – três centímetros a mais que o registrado há duas semanas.

Mas não apenas: a previsão meteorológica para as próximas 48 horas, que inclui chuva volumosa e vento do quadrante Leste, indica que o município deve viver um novo momento crítico provocado pela crise climática que atinge o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. O alerta foi feito pela prefeita Paula Mascarenhas na reunião de alinhamento na Sala de Situação, no 9º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz), bairro Fragata, zona Oeste de Pelotas.

A prefeita Paula Mascarenhas (no centro da imagem) na reunião da Sala de Situação no 9º BIMtz, na manhã deste domingo Fotos: Gustavo Vara 

Tal perspectiva fez com que a Prefeitura decidisse por adiar novamente o retorno das aulas na rede municipal. A retomada do calendário letivo em pelo menos dois terços das instituições de ensino estava prevista para esta segunda. Diante do novo quadro climático em meio à crise, as aulas voltaram a ser suspensas por pelo menos mais uma semana.

Conforme a chefe do Executivo desenha-se um cenário “muito arriscado” no município. “Me parece que estamos entrando no momento mais crítico que já vivemos, estamos saindo de um patamar muito alto, com vento negativo, volume de água em excesso e chuvas intensas contribuindo na bacia da [lagoa] Mirim, que impacta diretamente no São Gonçalo. Vamos manter todas as áreas vermelhas e as aulas, diante desse cenário, não tem como retomar, teremos que, provavelmente, adiar durante mais uma semana”, afirmou ela na reunião.

A prefeita assegurou ainda que todas as forças que atuam no trabalho de prevenção à enchente irão se manter em estado máximo de atenção, especialmente em relação à integridade da população. “Sei que as pessoas estão cansadas, muitas já estão saindo dos abrigos e retornando para suas casas, aproveitando esse domingo de sol, nosso desafio será mostrar para as pessoas que estamos à beira do momento talvez mais crítico dessa situação”, disse. Um desafio e tanto. Já se percebe nos abrigos um movimento de retorno às casas. Na reunião, o secretário de Assistência Social, Tiago Bundchen, confirmou que famílias de bairros como Navegantes e Fátima deixaram o ginásio da antiga AABB nas últimas horas, bem como no Cavg, que registra queda de 30 pessoas no número total de abrigados. Os demais abrigos seguem com os mesmos números.

Previsão

Além da previsão de vento Leste para esta segunda-feira, que empurra a água da Lagoa dos Patos diretamente para a margem esquerda, onde Pelotas e outros municípios da região estão localizados, a previsão da equipe da UFPel que atua na Sala de Situação é de chuva volumosa a partir do fim da manhã até possivelmente a madrugada de terça. Condição climática ainda menos favorável diante de níveis muito elevados no canal São Gonçalo e na Lagoa dos Patos.

Valverde

Com condições favoráveis para intervir no balneário Valverde, na praia do Laranjal, a Prefeitura, juntamente com equipes do Sanep, começou no início da manhã de sábado (25) uma grande operação que incluiu também agentes da Guarda Municipal, Exército e Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI). Foram colocadas quatro bombas em operação. No entanto, com a elevação significativa do nível da Lagoa dos Patos, não foi possível colocar a estrutura em funcionamento. Ainda com o cenário apropriado, equipes da Prefeitura abriram quatro valas que ajudaram a reduzir a lâmina de água nas ruas do balneário. Com o aumento do nível, as valas foram fechadas no fim da tarde.

“A rapidez na elevação [do nível das águas] não nos permitiu continuar nem com o bombeamento nem com as intervenções. Nossos equipamentos seguem lá para termos mais celeridade quando for possível retornar. Tivemos acesso à casa de bombas do Pontal da Barra para colocá-la em funcionamento, mas hoje (domingo) o nível da água não nos permite chegar até o local. Assim que for possível vamos retomar as intervenções para dar continuidade ao bombeamento”, explicou a prefeita.

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