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domingo, 24 de novembro de 2024

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SAÚDE : Santa Casa tenta driblar sua agonia

SAÚDE : Santa Casa tenta driblar sua agonia
18 setembro
08:24 2018

Instituição hospitalar vive momento delicado e luta para sobreviver como entidade que cuida da saúde da população regional

Há quem finja não saber, não ver, mas todo “mundo” sabe que o momento é difícil, delicado, complicado. Enquanto isso o horário de propaganda política é rico ao quadrado em bandeiras defensoras da saúde pública de qualidade.  Promessas genéricas e com data de validade, bem longe das necessidades da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, entidade com 171 anos de atividades a serviço da comunidade regional.

O dodói principal da instituição hospitalar de cunho filantrópico tem nome, composto: defasagem da tabela SUS (Sistema Único de Saúde). São 14 anos sem reajuste, contra um  assustador aumento na demanda dos serviços. A isso soma-se o atraso nos repasses de incentivos estaduais na ordem aproximada de R$ 340 mil mensais.

“É uma série de fatores que só aumenta as dificuldades”, simplifica o provedor, Lauro Melo, em meio à crise que aos poucos vai contaminando o sistema. O reflexo é público. A escassez de recursos  “aperta” os gestores, diminui os serviços, maltrata os usuários.   A desativação de 40 leitos pelo SUS, no mês maio, aumentou consideravelmente a lotação do Pronto Socorro Municipal.

“Esses leitos servem de retaguarda para o Pronto Socorro. Sem eles com certeza vai aumentar a lotação nos seus corredores”, prossegue o provedor.

O que estava ruim piorou no inicio do mês de agosto, quando foram fechados 19 leitos da maternidade, setor razão da fundação da Santa Casa.

Pode piorar? Pode. Pelo andar da carruagem o funcionamento do setor de traumatologia na instituição está com os dias contados. Ou a situação melhora ou no fim do mês novembro a população também fica sem o serviço. A esperança está numa negociação com a Secretaria Municipal de Saúde para um aporte financeiro de R$ 300 mil mensais, por prazo não inferior a um ano. A mesma esperança com os gestores municipais ficou pelo caminho quando foi pedido um adiantamento de R$ 340 mil para cobrir necessidades que evitariam a suspensão de outros importantes serviços. A prefeita Paula Mascarenhas chegou a encaminhar a demanda, que não evoluiu.

AJUDA FEDERAL

Ainda com a participação da administração municipal, uma reivindicação junto ao Ministério da Saúde é tida como fundamental para uma pausa na agonia do hospital. Caso atendida a demanda encaminhada no mês agosto, aproximadamente R$ 5,5 milhões, aliviaria a penúria, daria um fôlego de uns oito meses, garante o provedor.

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“Essa é a nossa esperança nas autoridades públicas”, salienta Lauro Melo, confessando a impossibilidade de a instituição contrair empréstimos junto à rede bancária. Ou seja, vermelho total, para um déficit mensal de R$ 1,3 milhão, que consome receita de cerca de R$ 550 mil criada no final do ano 2017.

Em meio a um monte de dificuldades para garantir saúde à população de Pelotas e região, a Santa Casa de Misericórdia e seus 1.125 funcionários pedem um olhar público mais generoso para com sua problemática, a qual impacta negativamente na vida de milhares de pessoas. No caso dos funcionários, o impacto negativo os acompanha há algum tempo, sem perspectivas positivas e de imediato: o parcelamento dos salários.  Pagamento em duas vezes, dentro do mês.

“A batalha está difícil, complicada, mas a Santa Casa está tentando se reconstruir e voltar a andar com suas próprias pernas”, completa o provedor.

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