SAÚDE: Técnicos vão à rua pelo piso regional
“O recado foi dado”. A manifestação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde(SindiSaúde) de Pelotas, Luciano Viégas, ao final da manifestação dos trabalhadores técnicos da área da saúde de Pelotas, que nesta sexta-feira (30) foram às ruas do centro da cidade e à Câmara Municipal registrar seu descontentamento pelo não cumprimento, pela classe patronal, da Lei Estadual 14460/2014, que cria o Piso Regional para os trabalhadores técnicos.
Durante caminhada, com parada no calçadão da Andrade Neves, os trabalhadores entregaram carta à população explicando o motivo da manifestação que poderá culminar, no mês de junho, com a paralisação dos serviços dos técnicos em alguns hospitais de Pelotas. Segundo o SindiSaúde, apenas a FAU está cumprindo a Lei e pagando piso integral – R$ 1.100,00 – aos trabalhadores.
“Vamos esperar até o dia 11 de junho pelas respostas dos gestores às reivindicações dos trabalhadores, que querem o cumprimento da lei imediatamente, então decidiremos qual o caminho será seguido”, adiantou o sindicalista, acrescentando que a manifestação é para explicar à comunidade sobre as condições salariais sob as quais os trabalhadores exercem sua profissão, que é cuidar da saúde da população. Ele explica, também, que muitos trabalhadores não estiveram presentes por se encontrarem cumprindo suas jornadas de trabalho nos hospitais e outras instituições prestadoras de serviços em saúde.
Alguns gestores entendem que o Piso Regional é para os trabalhadores que cumprem jornada de 220 horas mensais, e estão pagando proporcionalmente aos trabalhadores. Quem trabalha 180 horas está recebendo R$ 900,00. O Sindicato discorda. “A lei diz que têm direito ao piso os trabalhadores técnicos, não fala sobre carga horária”, assegura Viégas.
A caminhada saiu da frente da sede do SindiSaúde e se encerrou na Câmara Municipal, com Audiência Pública na qual participaram os trabalhadores, vereadores e representantes da instituições médico-hospitalares de Pelotas. O movimento contou com apoio da Federação dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul(Feessergs) e sindicatos de trabalhadores em serviços de saúda da região.
A decisão de ir às ruas e Câmara foi tomada em assembleias individuais com trabalhadores de todos os hospitais de Pelotas entre os dias 16 e 23 deste mês, nas quais participaram cerca de 650 trabalhadores.
“A comunidade foi alertada sobre os motivos que poderão levar os trabalhadores a uma greve. A bola, agora, está com os gestores”, concluiu o presidente do SindiSaúde Pelotas.