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segunda, 29 de abril de 2024

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SAÚDE : Usuários são induzidos a pagar até R$ 80,00 por atendimentos em hospitais e sem direito a retorno

SAÚDE : Usuários são induzidos a pagar até R$ 80,00 por atendimentos em hospitais e sem direito a retorno
11 dezembro
16:24 2016

A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores constatou denúncia de usuários de postos de saúde de que, em locais onde não há médicos, uma lista afixada na parede oferece os serviços pagos do Centro Médico Integrado, do Hospital Beneficência Portuguesa, cujas consultas custam R$80,00 , com pagamento em dinheiro e sem direito a retorno.

“Essa situação extrapolou todos os limites”, afirma o presidente da Comissão de Saúde, vereador Marcus Cunha (PDT), que vai encaminhar o caso ao Ministério Público. “É uma situação insustentável um posto de saúde apresentar como alternativa à falta de médicos o pagamento de consulta privada”.

A Comissão encontrou pacientes que dormem em cima de pedaços de papelão desde a zero hora, para acordar as 6h30 e conseguir uma ficha para ser atendido às 18h30. “A gente tem que usar a pracinha quando precisa de banheiro”, conta o aposentado Marcelo da Cruz, em frente a Unidade Básica de Saúde da Guabiroba, que divide o mesmo prédio do Fraget. No local, a falta de médicos se arrasta desde 28 de novembro, e o sorteio das fichas aumenta, com a consequente venda de fichas na fila. “As pessoas colocam uma cadeira na fila, se sentam e passam a noite, e cobram de quem quer consultar e não pode ficar”, diz uma mulher que tem medo de se identificar.

Na UBS da Balsa, não tem clínico geral e há dois anos também não tem médico ginecologista. O vereador Marcus Cunha denuncia a diminuição de recursos na área da saúde por parte do governo municipal. “O prefeito Eduardo Leite não investiu desde 2013 em saúde pública, ao contrário, houve redução de recursos próprios, o que piorou o atendimento nas UBS e na contratação de médicos”, afirma.

VEREADOR Marcus Cunha promete encaminhar caso ao Ministro Publico

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DESESPERO – O retrato do desespero de quem precisa dos serviços médicos em traumatologia está no caso de suas pacientes que não têm esperança de serem atendidas pela rede pública de Pelotas.

Anita Nunes aguarda há 10 anos por uma cirurgia para a doença degenerativa no joelho, cujas sequelas já atingiram até seu fígado. Aposentada, durante todos esses anos as desculpas são sempre as mesmas: falta de médico, o caso não tem solução, precisa mais exames. A dificuldade em se locomover já provocou várias quedas em Anita, que fraturou o braço duas vezes e que depende de familiares para as pequenas rotinas do dia a dia. “Não consigo tomar banho sozinha e alguém tem que me ajudar a comer”, conta entre lágrimas.

Marilu de Oliveira é outro caso de descaso. Há dois anos espera por uma cirurgia, porque teve desgaste no fêmur na altura da bacia, devido à idade. Parou de trabalhar, anda de muletas e quase não sai de casa com medo de se acidentar. Acalenta a esperança de ser chamada pela Secretaria Municipal de Saúde para fazer o tratamento, mas a cada dia diz perder um pouco mais da esperança.

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