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sexta, 08 de novembro de 2024

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Se despede o mais triste ano do futebol pelotense

Se despede o mais triste ano do futebol pelotense
03 janeiro
14:02 2022

Por: Henrique König

Trio Bra-Far-Pel. Os mais experientes desta vida lembrarão da existência de outras agremiações que movimentavam o futebol da cidade, tais quais o Rio Branco, o antigo Bancário e o Ideal. Memórias do futebol pelotense. Na atualidade, a representação da cidade no vermelho e preto do Brasil, no azul e ouro do Pelotas, nas três cores rio-grandenses do Farroupilha. De forma resumida nesta retrospectiva, o Fantasma mais uma vez não entrou em campo. Desde o rebaixamento na Divisão de Acesso 2019, o Farroupilha observou a crescente da pandemia, espera por melhores tempos para retornar, agora correndo atrás dos ventos que o impulsionem, na gerência do novo presidente, Fabio Costa. A pandemia acalmou e o retorno parece possível para Terceirona 2022.

No Pelotas, mais um ano a se esquecer. Após um mal retorno a competições nacionais, com a Série D, perdendo a vaga para o mata-mata do torneio na última rodada do grupo, o técnico Ricardo Colbachini permaneceu. Teve tempo e boa parte do elenco à disposição para pensar o Gauchão. O Pelotas conviveu com a meia cota para o Estadual, o que não foi problema para o São Luiz de Ijuí. Mas no Lobo as coisas novamente não fluíram como o desejado, o time não criou liga, se arrastou em mais um Campeonato Gaúcho fraco e acabou rebaixado pela falta de mais um resultado positivo. A bem da verdade, o EC Pelotas venceu somente um jogo na temporada 2021: um triunfo dramático, com tons heroicos sobre o Juventude: 3×2 pelo Gauchão, em partida realizada em Novo Hamburgo, pois os esmeraldinos estavam em obras com o estádio Alfredo Jaconi. Após o gosto amargo na boca por mais um rebaixamento, o Lobo ainda resguardou-se na cautela de não disputar a Copa do segundo semestre, pela incerteza da presença de público, pela incerteza financeira no que tangenciava a competição. Ficou de fora dos gramados e hoje vê o Glória de Vacaria, adversário da próxima Divisão de Acesso, reforçar-se no aporte financeiro em função da conquista da Copinha e da consequente vaga na Copa do Brasil. O desafio é sacudir a poeira e dar a volta por cima, na continuidade da gestão do presidente Gilmar Schneider, que vem arrumando a casa, as contas do Lobão, mas está devendo os resultados em campo.

Copa do Brasil. Aí está depositada uma esperança para o Xavante. Ausente da competição em 2021, o Brasil passou por um ano de erros e mais erros.

Conseguiu escapar da queda no Gauchão, ao vencer três jogos, o decisivo em um golaço do garoto Paulo Victor, de fora da área, contra o São Luiz de Ijuí. A permanência do técnico Claudio Tencati era vista com bons olhos, mas a situação administrativa do clube foi minando o trabalho, o que resultou em sua saída ainda no primeiro turno da Série B. Pouco antes de Tencati, já havia saído do clube o executivo da temporada, Fernando Leite. Ele não conseguiu repetir o belo trabalho desempenhado por Felipe Gil – que foi para o Santos – no ano anterior. Mas os erros e as saídas não pararam por aí: Claudio Montanelli, Menegotto, o então afastado por problemas de saúde, Giovani Peres. Todos os diretores foram deixando o barco, que então era guiado pelo presidente Nilton Pinheiro. O próprio Nilton sairia após, deixando a condução por conta de Carlos Renato Moreira, que, por sua vez, entregou o cargo para outro vice-presidente, Carlos Monks, quando o rebaixamento era iminente.

O caos diretivo era refletido no campo: o Brasil contratou demais e não encontrou um ‘11 ideal’ durante a temporada. O time venceu apenas quatro jogos na Série B: contra Goiás, Vitória, Náutico e Operário. Foi o pior ataque da história da Série B por pontos corridos, em 38 rodadas (disputada assim desde 2006). O Brasil marcou apenas 23 gols, sofreu 52, com saldo negativo de 29.

Junior Viçosa veio como esperança ao ataque no início do ano: marcou nenhum gol: porta dos fundos e porões da história para ele. Outros pilares experientes do grupo também não deram resultado: o volante Denilson, rodado por Arsenal, São Paulo e Cruzeiro, saiu descontente, abrindo o verbo no meio da temporada. O atacante Ramon, que fez grande temporada no Xavante em 2016, desta vez anotou só um gol. Dessa forma, o grupo, formado por muitos garotos, não deu resultado. Nenhum dos jovens emprestados por grandes clubes fluiu em bons resultados. Somente os goleiros e o atacante Erison, então jovem desconhecido vindo do XV de Piracicaba, deram alegrias ao torcedor. O ‘artilherison’ marcou oito vezes na Série B em apenas 19 jogos e foi melhor do que qualquer expectativa.

Mas, apesar dos clamores do público, Erison não fica na Baixada. Nem ele nem os demais jogadores da Série B. Só o goleiro Marcelo. Se era uma ‘limpa’ que o torcedor queria, uma limpa ocorreu. Com o coordenador Hélio Vieira e o técnico Jerson Testoni começando a montagem do elenco do zero, o Brasil conseguiu formar um grupo de trabalho de forma adiantada e, assim, tenta mudar os rumos para 2022. Na presidência, nomes

vindos do Conselho Deliberativo, com a novidade de Evânio Tavares na presidência, acompanhado pelo jovem Arthur Lannes e Robert Veiga, o ‘Maninho’, tratam do Brasil neste momento. Além deles, é um grupo administrativo grande, mas que, por enquanto, vai harmoniosamente convencendo o torcedor para novos tempos.

Com o perdão aos que não entenderem o maior espaço cedido ao Brasil, mas foi o clube que atuou em mais jogos na temporada e acumulou mais assuntos.

O saldo do ano de 2021 é de lamentações para o futebol pelotense: o Farroupilha sem entrar em campo com os adultos, somente com um ainda breve retorno da base no segundo semestre. O Pelotas com só uma vitória na temporada, a citada sobre o Juventude, e o Brasil com meras sete vitórias em 49 jogos no ano: média de um triunfo a cada sete partidas. Rebaixamento do Pelotas no Gauchão, rebaixamento do Brasil da Série B para Série C no Brasileiro.

A esperança é por dias melhores, em um Pelotas que aposta em novos nomes na sua direção, com Gabriel Ribeiro, com Ademir Bertoglio, com Vinicius Conrad e companhia, de um Brasil que também muda seu corpo diretivo. Um Farroupilha que elegeu o empresário Fabio Costa, cheio de ideias para tentar pôr em prática. Após os temporais de 21, um futebol pelotense que sabe contar MUITO com o público a partir da reabertura dos portões para o 2022.

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