SEGURANÇA PÚBLICA : Guarda Municipal comemora 29 anos
Há quase três décadas a Guarda Municipal atua em Pelotas para proteger a população e o patrimônio público da cidade. No sábado, a instituição completou 29 anos de atividade no município e, ontem, uma cerimônia na Prefeitura comemorou o aniversário da corporação que, atualmente, conta com 189 guardas – sendo 156 homens e 33 mulheres. Mais 80 profissionais devem integrar o grupo ao final do trâmite de contratação do concurso municipal, que está na fase de análise do histórico-social dos candidatos.
A prefeita Paula Mascarenhas falou sobre a importância da instituição que, de acordo com ela, ultrapassou a missão de apenas cuidar do patrimônio público e adquiriu novas responsabilidades com o tempo, entre elas, estar mais próxima das pessoas.
“A Guarda vem construindo sua história com qualidade e atenção ao interesse público, além de ter um papel fundamental no Pacto Pelotas pela Paz. Agradeço por terem acreditado nesse projeto, que integra as forças de segurança e já demonstra resultados tão positivos, como a redução em 30% dos homicídios em 2018”, destacou a prefeita.
Secretário de Segurança Pública, Aldo Bruno Ferreira agradeceu a dedicação do profissionais e apontou a resposta efetiva nos bairros e no Centro como motivo de satisfação. O titular da pasta também lembrou a decisão do Município de oferecer um adicional de risco de vida progressivo ao efetivo, anunciado no ano passado. “A Guarda Municipal possui uma trajetória de qualificação Vamos vê-la cada vez mais preparada e valorizada”, disse o secretário.
A cerimônia para celebrar o aniversário da GM foi acompanhada por secretários municipais, vereadores, autoridades militares e representantes de diversos segmentos da sociedade, além de guardas municipais e o comandante da corporação, Sandro Daniel Carvalho.
A PRIORIDADE É A POPULAÇÃO
Se antes o trabalho da Guarda restringia-se apenas à proteção do patrimônio e à atuação em postos fixos, hoje a corporação assume um papel fundamental para a segurança de Pelotas e para a manutenção da cultura de paz. C om intuito de ser uma das protagonistas no enfrentamento à violência, a GM precisou passar por um período de transição que envolveu, sobretudo, a capacitação do efetivo, como explica o chefe operacional, Igor Bretanha.
“Quem vê um guarda municipal na rua precisa saber que ele está muito qualificado para o trabalho. Todos os anos o efetivo vai para dentro de uma sala de aula para ser capacitado em relação à legislação, direitos humanos, armamento e técnicas de defesa pessoal, além de passar por avaliação psicológica”, informou.
O caráter mais ostensivo incorporado pela Guarda e sua aproximação com a comunidade ganhou reforço em julho do ano passado com a possibilidade de acessar o Sistema de Consultas Integradas, via convênio com o governo estadual, o que gera mais agilidade às abordagens e melhora o planejamento do Departamento de Inteligência.
Agora, os guardas têm autonomia para consultar dados como endereços, nomes dos pais, fotos, se a pessoa se envolveu em ocorrência criminal, inquéritos policiais e processos judiciais, se já esteve presa ou se é foragida. A participação ativa trouxe, além de mais trabalho, o aumento do compromisso.
“Estar na rua e lidar diretamente com a prevenção e a repressão da violência é sempre uma grande responsabilidade. Todos os servidores são orientados para serem respeitosos e educados, já que a nossa preocupação é prestar o melhor serviço para a população”, disse Bretanha.
VOZ DA EXPERIÊNCIA
O ano era 1991. Ruy Carlos Tavares, aos 25 anos, enxergou no concurso da Guarda a oportunidade para mudar o seu futuro e viu na corporação o lugar para escrever sua história pelos próximos anos. Mais de 28 anos depois, o guarda – um dos mais antigos da corporação – reúne aprendizados, experiências e conquistas; todas repassadas com entusiasmo aos colegas novatos.
“A Guarda foi um divisor de águas na minha vida. Tudo que tenho adquiri graças ao meu trabalho aqui, por isso meu carinho inestimável à instituição. São décadas de muito sucesso e lições”, contou Tavares.
Testemunha do processo de transição da atuação da GM, Tavares vê com bons olhos a integração das forças de segurança, o que para ele é um caminho natural, já que a união traz mais estabilidade e confiança. “Ninguém é uma ilha isolada. Precisamos estar juntos para conquistar algo melhor.
Para quem passou mais da metade da vida dentro da corporação atuando em postos de segurança, nas ruas e, agora, no setor responsável por distribuir os equipamentos e materiais aos profissionais, o guarda reserva um conselho para os futuros colegas: “É preciso vir com vontade de trabalhar, com garra, porque o serviço pode parecer fácil, mas o dia a dia é difícil. Que venham com amor no coração por essa instituição, como eu tenho há 28 anos”.
MONITORAMENTO
É através do Centro Integrado de Operações Municipais (Ciom) que a maioria das ocorrências chegam ao conhecimento da Guarda. Isso porque na sala de operações há o monitoramento de diversos pontos da cidade e a central telefônica, que recebe chamados pelo número 153. Aproximadamente 100 câmeras – considerando as da própria GM e as espelhadas por outras instituições – são observadas durante o dia pelo efetivo.
No Ciom também é possível monitorar, em tempo real, o posicionamento de todas as viaturas por GPS (entre carros, micro-ônibus e motocicletas), o que permite um encaminhamento mais rápido das guarnições às ocorrências, garante Bretanha. Ele detalha que a GM recebe chamados que abrangem o apoio ao serviço do Samu, assaltos, ocorrências da Lei Maria da Penha, situações com pessoas feridas por armas brancas ou de fogo, entre outros.
FORÇAS INTEGRADAS
Desde agosto de 2017, Pelotas conta com a integração das forças de segurança para atuar no enfrentamento à violência. Com a articulação criada por meio do Pacto Pelotas pela Paz, a Guarda é uma das participantes das Operações Integradas, realizadas, principalmente, aos finais de semana e feriados, a fim de elevar a sensação de segurança da comunidade.
A interação que engloba o serviço de policiais da Brigada Militar, bombeiros, agentes de trânsito, de fiscalização, de qualidade ambiental e de vigilância sanitária é vista pelo chefe operacional como indispensável para os bons resultados alcançados recentemente. “Cada instituição agindo dentro da sua especificidade reflete num trabalho melhor executado. Juntos somos mais fortes”, assegura Bretanha