SEGURANÇA PÚBLICA : Mais de 500 vidas preservadas com a queda de homicídios
No acumulado desde janeiro, total de pessoas assassinadas no RS caiu para 1.490 contra 1.997 em igual período de 2018
Passados dez meses de 2019, os indicadores criminais acompanhados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) comprovam que o trabalho estratégico e o empenho das forças policiais têm consolidado a tendência de queda na violência em todo o Rio Grande do Sul.
Entre janeiro e outubro, na comparação com igual período de 2018, o número de vítimas de homicídios passou de 1.997 para 1.490. A redução de 25,4% representa a preservação de 507 vidas no período. Na média, é como se a cada um dos 303 dias entre 1º de janeiro e 31 de outubro, 1,6 morte tivesse deixado de ocorrer no Estado. Por mês, foram mais de cinquenta vidas poupadas.
O resultado reflete a intensificação da queda no indicador de homicídios ao longo de 2019, a partir do planejamento com territorial implantado pelo Programa Transversal e Estruturante RS Seguro.
Ao priorizar ações nos dezoito municípios que concentram os mais elevados índices de criminalidade (71% das mortes violentas nos últimos dez anos), a estratégia amplia a repercussão do trabalho de repressão ao crime no quadro geral do Estado.
Das 507 mortes a menos no acumulado de 2019, frente igual período de 2018, 455 deixaram de ocorrer justamente nesse grupo de cidades. Um ano atrás, os dezoito municípios somavam 1.312 vítimas de homicídios entre janeiro e outubro. Hoje, esse total caiu para 857 (-34,7%).
Na observação isolada do décimo mês do calendário, o Estado teve 122 pessoas assassinadas em 2019 e 171 no ano anterior – queda de 28,7%. Na capital, a redução foi mais significativa. A soma de pessoas assassinadas caiu de 469 nos 10 primeiros meses de 2018 para 260 em igual período deste ano, o que representa baixa de 44,6%. Em outubro, o total de vítimas diminuiu de 27 para 22 (-18,5%).
LATROCÍNIOS
A melhoria de cenário também é observada no indicador de latrocínios. O Estado encerrou outubro com o menor número de roubos com morte da série de histórica para o mês. Foram dois casos em todo o Estado, ante os cinco registrados no mesmo período de 2018 – queda de 60%. Quando considerado o acumulado desde janeiro, o índice também fechou em baixa no RS, passando de 75 no ano passado para 56 (-25,3%).
ROUBOS DE VEÍCULOS
A redução dos latrocínios está, em grande parte, ligada à retração de outro importante indicador de violência: o roubo de veículos. Em 10 meses, o Estado tem 4,4 mil ocorrências a menos do que no mesmo intervalo do ano passado, queda de 32% – a maior baixa percentual em toda a série histórica.
Desde o início de 2019, foram 9.461 motoristas que tiveram seus carros, motos, ônibus e caminhões levados por assaltantes. Em igual período de 2018, os roubos de veículos alcançaram a marca de 13.916. Se considerado apenas o mês de outubro, a retração é ainda maior, com queda de 1.369 para 797 casos, o que equivale a baixa de 41,8%.
Metade do recuo nos roubos de veículos no Estado tem origem na capital – foram 3.085 ocorrências a menos na comparação de acumulados entre o primeiro e o décimo mês. A queda, dos 7.195 casos registrados no ano passado para os 4.110 neste ano chegou a 42,9%. Na leitura isolada de outubro, Porto Alegre encerrou com 302 registros, ante 687 veículos roubados no mesmo período de 2018.
Também estão em diminuição os delitos em que os automóveis são levados por ladrões sem o uso de ameaça ou violência. Neste ano, os furtos de veículo acumulam o menor total até outubro desde que a contabilização de crimes teve início, em 2002. Foram 10.934 ocorrências no Estado frente as 12.365 de igual período do ano passado (-11,6%).
Além das barreiras de fiscalização, o combate ao comércio ilegal de peças é um dos principais fatores para as baixas históricas nos números de furtos e roubos de veículos. Na semana passada, a Operação Desmanche, coordenada pelo Departamento de Inteligência da Segurança Pública (Disp), da SSP, celebrou a marca de 7 mil toneladas de sucata e peças de procedência conhecida apreendidas e encaminhadas à reciclagem.
O cerco ao comércio ilegal desmobiliza a ação de criminosos para alimentar o mercado irregular. Em 88 edições desde seu início, em 2016, a força-tarefa que reúne agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), da Polícia Civil, da Brigada Militar e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) já visitou 50 municípios, interditou 132 estabelecimentos e prendeu mais de 70 pessoas por receptação e crimes ambientais.