Vexame histórico do Brasil

O dia 8 de julho de 2014 vai ficar registrado na história como o do maior vexame do futebol brasileiro. Dentro de casa, numa semifinal de Copa do Mundo, o Brasil foi humilhado pela Alemanha com a surra de 7 a 1. Uma tragédia que sequer pode ser comparada ao “Maracanazo” de 1950, quando a seleção perdeu o título ao ser derrotada pelo Uruguai por 2 a 1, no Maracanã. Há 64 anos foi uma decepção. Agora, um fiasco.

David Luiz faz cara feita, enquanto a Alemanha comemora mais um gol: cena repetida sete vezes
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Esta a derrota mais acachapante da história do futebol brasileiro. O Brasil só havia perdido uma vez pela diferença de seis gols: em 1920. Na oportunidade levou 6 a 0 do Uruguai em partida válida pela Copa América. O jogo desta terça-feira no Mineirão superou também dois recordes de goleadas em semifinais de Copa do Mundo. Em 1930, o Uruguai e a Argentina fizeram 6 a 1 na Iugoslávia e nos Estados Unidos, respectivamente.

Já a Alemanha também aplicou goleada de 6 a 1 na Áustria em 1954. Mas nada se compara ao que aconteceu em Belo Horizonte. A Alemanha derrotou a seleção mais vitoriosa da história das copas: cinco vezes campeã mundial. E mais: jogando dentro de casa, com o apoio de 51 mil torcedores.

MASSACRE NO MINEIRÃO

Fred se torna o símbolo do fracasso da seleção: apenas um gol na Copa

Todos esperavam um jogo difícil diante da forte Alemanha, no Mineirão, pelas semifinais da Copa do Mundo. O que ninguém esperava é que houvesse um massacre alemão sobre os atordoados brasileiros. Os 7 a 1 se tornaram em diferença pequena para retratar a superioridade da equipe europeia em campo. Agora, o Brasil terá que juntar os cacos para fazer uma despedida com dignidade, conquistando o terceiro lugar contra Argentina ou Holanda, neste sábado, em Brasília.

Depois de muito suspense, Luiz Felipe escolheu Bernard para ser o substituto de Neymar, mantendo assim a estrutura tática da equipe. Os primeiros momentos do jogo foram de iniciativa do Brasil, que se mostrava compacto em campo. Mas bastou que a Alemanha fizesse o primeiro ataque para ruir o sonho do hexacampeonato. Numa cobrança de escanteio, aos 11min, Thomas Müller ficou livre para finalizar e fazer 1 a 0.

A desvantagem no placar representava um desafio ao controle emocional de um time “chorão” ao longo da Copa do Mundo. Sem poder de reação, o Brasil cedeu espaço para o toque de bola alemão. Aos 23, Kross cruzou, Klose finalizou, Julio César defendeu e, na volta, o atacante marcou seu 16º gol em Copa do Mundo. Dois minutos depois, Müller deu assistência para Toni Kroos, que fez 3 a 0.

Em seguida, a Alemanha entrou tabelando na área e Khedira passou para Kroos marcar mais um. Em 26 minutos, a torcida brasileira já tinha a certeza de que a vaga na final não estava mais ao alcance. O quinto gol, aos 29, foi marcado por Khedira. No intervalo, Felipão tirou Hulk e Fernandinho para a entrada de Ramirez e Paulinho. O Brasil melhorou um pouco e, em oito minutos, criou três chances de gol.

Mas bastou a Alemanha caprichar no jogo para ampliar a goleada. Aos 24 minutos, Lahn avançou pela direita e rolou a bola para Schürrle, que marcou o sexto gol. O mesmo Schürrle ampliou o vexame brasileiro, fazendo o sétimo gol, aos 33. Oscar conseguiu, aos 45, marcar o gol de honra do Brasil. Ao final do jogo, o meia não conteve o pranto. Desta vez, o choro foi de vergonha.

Klose comemora com Lahn seu 16º gol em Copa do Mundo

Artilheiro

Não bastasse a goleada história, o Brasil perdeu também o recorde que tinha conquistado com Ronaldo. O Fenômeno era, desde 2006, o maior artilheiro em Copa do Mundo, com 15 gols. Mas agora foi ultrapassado por Miroslav Klose – autor de dois gols neste Mundial. O segundo foi marcado para partida de ontem. O alemão tem 16 gols marcados em quatro edições de Copa.

Já Thomas Müller chegou nesta terça-feira ao seu quinto gol na Copa do Brasil e ficou apenas um atrás de James Rodríguez, da Colômbia, que não joga mais neste torneio. Müller já foi artilheiro na África do Sul, em 2010, com seis gols.

BRASIL (1)

Júlio César

Maicon

David Luiz

Dante

Marcelo

Luiz Gustavo

Fernandinho (Paulinho)

Oscar

Bernard

Hulk (Ramires)

Fred (Willian)

T: Luiz Felipe Scolari

ALEMANHA (7)

Neuer

Lahn

Boateng

Hummels (Mertesacker)

Höwedes

Schweinsteiger

Khedira (Draxler)

Toni Kroos

Özil

Thomas Müller

Klose (Schürrle)

T: Joachim Low

Árbitro: Marco Rodrígues (México). Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte/MG