Sem receber há mais de um ano, cirurgiões do Hospital de Caridade de Canguçu devem paralisar no sábado
Os quatro cirurgiões que atuam no Hospital de Caridade de Canguçu, na Zona Sul do Estado, deverão paralisar suas atividades a partir da 0h do próximo sábado. É quando termina o prazo de 30 dias dado pelos profissionais através de notificação encaminhada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) à direção da instituição. Os médicos dessa especialidade não recebem remunerações integrais há mais de um ano. A decisão foi tomada em assembleia do corpo clínico da instituição nessa quarta-feira (22).
O atendimento no hospital deve ser interrompido por completo no próximo dia 9 de março, quando vence o prazo (também de 30 dias) dado pelos médicos de outras especialidades, que estão sendo forçados a paralisar os serviços devido à falta de condições de trabalho. Os profissionais denunciam que há falta de medicamentos e equipamentos para o exercício da medicina. A crise no hospital de Canguçu se estende há mais de 90 dias quando os demais funcionários iniciaram paralisações no atendimento. Há risco de fechamento do hospital, referência na região.
Risco de colapso
No início deste mês, o SIMERS fez um alerta de que o quadro de saúde do município poderá entrar em colapso. O Sindicato denunciou o descaso da Prefeitura com a situação do hospital, que enfrenta greve de funcionários e está com a UTI fechada desde agosto passado. Em reunião com o prefeito Marcus Vinícius Pegoraro, a diretora do SIMERS, Gisele Lobato, reafirmou a importância de que o valor repassado pela Prefeitura à instituição seja reajustado. Atualmente, o montante é de R$ 238 mil mensais. O mínimo necessário para a cobertura dos serviços médicos é R$ 370 mil.