Semeadura do milho no Estado chega aos 50% da área prevista
As lavouras de milho apresentam bom desenvolvimento e a germinação das sementes está acelerada, beneficiada pela manutenção das temperaturas mais elevadas. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, as chuvas fortes e a ocorrência de granizo no início de outubro não provocaram danos significativos para a cultura. Comparada com a média dos últimos anos, a implantação das lavouras de milho está atrasada em algumas áreas específicas e localizadas e se aproxima dos 50% previstos para esta safra, que é de 738.074 hectares, 5,53% acima da safra passada, que foi de 699.385 hectares.
No arroz, os produtores seguem a drenagem das lavouras, reconstrução de canais, nivelamento de áreas, aplicação de produtos para dessecação da vegetação de inverno, entre outros serviços necessários à implantação da nova safra. Muitas áreas já estão preparadas para a semeadura, aguardando os melhores momentos de umidade e temperatura do solo. Segundo números analisados através do sistema de acompanhamento das lavouras (Ipan-quinzenal), o RS já tem 54 mil hectares semeados, cerca de 5% do total previsto para este ano, que é de um milhão de hectares. Ano passado, o percentual atingia 9% nesta mesma época. A grande maioria dessas áreas já semeadas se localiza nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha (42 mil hectares).
As lavouras de trigo começam a entrar de forma acelerada na fase de maturação, sendo que 1% da área cultivada nesta safra já foi colhida, em especial nas regiões de Santa Rosa e Frederico Westphalen, com produtividades que variam entre 2,8 mil a 3 mil quilos por hectare, com boa qualidade.
A canola está nas fases de enchimento de grãos, maturação e colheita, que aumenta sua abrangência no Norte do RS, pois além da região Noroeste, a primeira a iniciar a colheita, as regiões Celeiro, Alto Jacuí e Noroeste Colonial também colhem canola. Essas lavouras apresentam diferentes rendimentos, pois nas áreas mais baixas, onde a intensidade da geada foi maior, há redução de produtividade. Já os locais de topografia mais elevada apresentam produtividades muito boas, próximas de 35 sacas por hectare. A produtividade média está em torno de 1,5 t/ha, com boa qualidade comercial.
A cultura da cevada está em enchimento de grãos, fase suscetível à alta umidade e dias nublados, condições essas favoráveis à instalação de moléstias fúngicas, principalmente ferrugens da folha e do colmo e giberella nas espigas, assim como incidência de bacteriose. Em algumas áreas, a lavoura está bastante danificada pela combinação de chuvas e ventos, aumentando o acamamento de plantas. Produtores estão preocupados com as condições climáticas futuras, pois a cevada se encontra na fase mais crítica em relação à definição da produtividade e da qualidade da safra. Até o momento, há estimativas de potencial produtivo para três toneladas por hectare em muitas lavouras.
OLERÍCOLAS
Batata-doce – A produção está quase terminada, com área colhida próximo de 97%. A preocupação é com a baixa oferta, refletida na menor qualidade do produto nas bancas de venda a varejo; mesmo assim, o valor médio negociado é de R$ 27,50/cx de 20 quilos, considerado bom até o momento. Está se confirmando a redução da produtividade pela ocorrência da estiagem no último verão, com rendimento médio de 11 toneladas por hectare.
Tomate-cereja – O clima dos últimos dias foi favorável para o desenvolvimento da cultura, que se encontra em desenvolvimento vegetativo, com alguns locais pontuais com áreas novas em ambiente protegido sendo colhidas. A situação fitossanitária no geral é boa, com alguma limitação de crescimento em função do clima chuvoso. Essa é uma cultura que a região do Vale do Caí cultiva praticamente o ano inteiro. A safra maior da saída de inverno encontra-se na fase de florescimento/frutificação em diversas propriedades. Os frutos que estão sendo colhidos neste momento são comercializados entre R$ 4,50 a R$ 6,00/kg
CRIAÇÕES
Bovinocultura de corte – As temperaturas amenas, o aumento da luminosidade e a boa umidade do solo têm favorecido o rebrote das pastagens perenes e do campo nativo, mas com baixo suporte de carga animal. As vacas com terneiro ao pé e lotes em terminação, lotadas nas pastagens anuais de inverno (azevém), com razoáveis ofertas de alimento e condições de pastejo, apresentam uma melhoria no ganho de peso. Está se encerrando o manejo nas pastagens de inverno e os animais vêm sendo manejados sobre os campos nativos. O rebanho em geral apresenta boas condições nutricionais e sanitárias, com o monitoramento das parasitoses.
Ovinocultura – A ovinocultura está em época final de parição, e o clima ameno e seco do início da semana favoreceu o rebanho, que vinha sofrendo com as fortes chuvas e as baixas temperaturas. Os produtores estão fazendo tratamento de verminoses e iniciando a vacinação contra clostridioses, a assinalação, castração e a descola dos cordeiros. Alguns produtores, principalmente de raças laneiras, já fizeram a esquila para aproveitar o preço favorável da lã fina (Merino) no mercado.
Pesca artesanal – Na região de Pelotas, foi aberta a safra na Lagoa dos Patos e são elaborados planos para prorrogação de dívidas. Ocorrem reuniões periódicas com a associação dos feirantes da colônia Z3 em Pelotas. Devido ao excesso de chuvas, a Lagoa dos Patos está muito alta e desfavorece a captura de pescado. Há pouca captura registrada, com baixo valor de comercialização. Na região de Santa Rosa, iniciou em 1º de outubro o período de defeso, em que a pesca comercial nos rios é proibida, restrita à pesca com linhas, em função do período de piracema, durante o qual os peixes sobem os rios para reprodução.