SÉRIE C : Desdobramentos dos casos de violência após São José x Brasil
A noite de domingo (1º) não terminou no apito final de São José 1×1 Brasil. A confusão nas arquibancadas do Passo d’Areia teve consequências brutais. Torcedores agredidos reclamam de excesso por parte do policiamento. Um deles segue internado em Porto Alegre em estado grave.
Foi instaurado um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias dos acontecimentos. O procedimento é encaminhar os relatórios para Justiça Militar e para o Ministério Público.
Após o empate em Porto Alegre, foco ficou mesmo do lado de fora: xavantes querem investigação sobre excessos praticados pela Brigada Militar; um torcedor está internado na capital
Foto: Volmer Perez / GE Brasil
O advogado do Grêmio Esportivo Brasil, Pedro Alexandre conversou na Rádio Universidade AM: “A segurança é responsabilidade do clube mandante. Se for ver o vídeo, não há segurança privada do Esporte Clube São José”. O advogado aponta que a origem do conflito foi a retirada de uma bandeira da torcida xavante por parte de torcedor do São José, o que desencadeou a briga. “Entendemos que os comportamentos agressivos foram desproporcionais.”
“É incrível que nenhum torcedor do São José tenha sido preso ou detido”, completou o advogado Pedro Alexandre. Apenas torcedores xavantes foram detidos pelo policiamento. Segundo o especialista em Direito, há chances de punições para ambos os clubes.
Uma das grandes questões foi a retirada do torcedor Raí Duarte, de dentro de um ônibus de excursão dos torcedores xavantes. Ele foi encaminhado para fora do veículo por dois policiais militares. Após ser detido, Raí acabou hospitalizado em UTI em Porto Alegre, com ferimentos graves: traumatismo craniano e uma perfuração no sistema digestório, no intestino, necessitando passar por delicadas cirurgias.
Em nota conjunta divulgada, as torcidas organizadas do GE Brasil solicitam investigação sobre os excessos praticados pela Brigada Militar.
O Grêmio Esportivo Brasil tenta prestar auxílio ao torcedor internado. O pix para ajudar Raí e sua família é: CPF 550.289.420-72 – Marta Moraes Cardoso (mãe de Raí).
Dona Marta comentou na Rádio Universidade AM: “isto foi uma tentativa de homicídio. Ele não tem previsão de deixar Porto Alegre. Alguém tem de pagar por isso”.
Uma noite de confusão e crueldades que não sairá da memória tão cedo.
