Diário da Manhã

sábado, 16 de novembro de 2024

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Simp denuncia péssimas condições de trabalho em escolas e secretaria

24 maio
09:37 2016

Foram visitadas as Escolas Municipais de Educação Infantil Dyrio Gorgot, Vinícius de Moraes, João Guimarães Rosa e Érico Veríssimo, além das novas instalações da Secretaria da Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, há pouco transferida do Centro Administrativo Professor Araújo

Conforme Tiago Botelho, vice-presidente do Simp, que esteve nestes locais, além de outros diretores, o principal problema constatado nas Escolas de Educação Infantil é o fato da realização das obras de reformas com o ano letivo em andamento, ou seja, com a presença de professores, servidores e alunos, o que mantém um permanente risco de acidentes e, portanto, à integridade física dos integrantes da comunidade escolar.

“Estas reformas deveriam ter sido programadas para realização nos períodos de recesso e férias escolares”, critica Tiago, acrescentando que “as obras durante as aulas prejudicam não só o ensino das crianças, mas também geram riscos, pois com o barulho de equipamentos, poeira, restos de material e outras situações improvisadas para o atendimento, torna-se impossível o bom rendimento escolar”.

SECRETARIA DE GESTÃO DA CIDADE E MOBILIDADE URBANA

SECRETARIA DE GESTÃO DA CIDADE E MOBILIDADE URBANA

Na EMEI Érico Veríssimo, localizada no bairro Navegantes, visitada em 14 de março deste ano, em algumas salas a madeira do forro está podre, caindo e apresentando buracos; extintores de incêndio vencidos; fiação elétrica exposta em alguns equipamentos, inclusive com tomada elétrica sem qualquer tipo de proteção e ao alcance das crianças, devido a baixa altura de sua instalação; banheiros em que faltam azulejos; armários para guardar materiais de professores e de auxiliares em meio a dispensa onde são guardados os gêneros alimentícios; infestação de ratos, havendo a necessidade de colocação de armadilhas em diversos pontos da escola; tapumes de madeira utilizados nos corredores por onde passam trabalhadores e alunos completamente mofados; janelas sem proteção solar e algumas com vidros quebrados; alimentos mal acondicionados e expostos diretamente a ação de roedores; novas salas construídas já apresentam umidade e infiltrações na laje; sem pátio de recreação por este estar ocupado por material de construção; telhas quebradas; e dificuldade de acesso à entrada da escola, pois quando chove, além de alagar, o local possui esgoto a céu aberto.

Na EMEI Dyrio Gorgot, localizada no bairro Fátima, visitada no dia 26 de abril, várias salas apresentam grandes rachaduras; fiação elétrica exposta; banheiro utilizado para guardar livros, outros sem azulejos com vidros quebrados e sem local para colocar papel higiênico; armários com puxadores quebrados; pátio tomado por mato e capim alto; na cozinha o fogão industrial velho e totalmente enferrujado; paredes com umidade; algumas janelas quebradas e outras emperradas; piso apresentando desnível devido à falta de parquets; madeira do forro está podre, caindo e apresentando buracos; e grades enferrujadas.

Na EMEI João Guimarães Rosa, localizada no bairro Fragata, Av. Herbert Hadler, também visitada no dia 26 de abril, tem sérios problemas de acesso, com a avenida em péssimas condições de trafegabilidade, pelo fato de não ser pavimentada e não possuir calçada ou espaço adequado a pedestres, onde em dias de chuva formam-se buracos e fica totalmente alagada, impedindo que os pais possam levar os seus filhos, tanto que até o transporte coletivo que por ali passava alterou sua rota; devido à reforma, na entrada da escola o pátio está tomado por vários materiais de construção, colocando em risco os servidores e as crianças por apresentar materiais com pontas cortantes (madeiras, telhas e tijolos); pelo fato do pátio não estar liberado, o refeitório está sendo utilizado também como local de recreação e de guarda dos materiais dos servidores, além disso, como forma de trancar a porta que dá acesso a tal pátio, foi utilizado um vergalhão de ferro, com baixa altura e tendo uma de suas pontas com extremidade cortante, colocando em grande risco a integridade física das crianças; pias novas instaladas de forma incorreta no que tange a altura de fixação; janelas novas do refeitório e banheiro mal vedadas, permitindo a entrada da água da chuva; em um dos corredores novos, nos locais destinados a abertura de portas estão fechados com tapumes de madeira, porém, não impedindo a entrada de água da chuva; o novo local destinado a guardar gêneros alimentícios tem seu espaço dividido com materiais de manutenção.

Emei Dyrio Gorgot

Emei Dyrio Gorgot

Na EMEI Vinícius de Moraes, localizada no bairro Jardim Europa, visitada no dia 27 de abril, primeiramente apresenta-se um banheiro totalmente improvisado, com seu uso destinado aos servidores e crianças, com sua estrutura toda construída com telhas de fibrocimento (paredes), ficando junto ao portão de entrada da escola e distante cerca de 10 metros do prédio da escola, fazendo com que em dias de chuva todos se molhem no trajeto entre ambas as instalações; fio telefônico rompido, onde os próprios servidores têm de estar frequentemente remendando; no pátio há uma caixa dotada de várias tomadas de energia elétrica, instalada em baixa altura e com nenhum sistema de travamento, permitindo o fácil acesso por crianças, colocando-as em risco; fiação elétrica exposta em algumas salas; o espaço destinado ao refeitório também é dividido através de um armário com local reservado à direção, sendo este recentemente construído e já apresenta rachaduras; o pátio lateral, embora não haja acesso por manter-se com portão fechado, o local está devidamente tomado por restos de materiais de construção e de outros utilizados em sala de aula, propiciando a infestação de roedores e devido ao acúmulo de água facilitando como criadouros do mosquito da dengue; um dos locais novos em reforma abriga desde documentos, brinquedos, berços e colchões, até cadeiras e mesas, inclusive equipamentos como máquina de lavar roupa, tudo sujeito a água da chuva, vento e poeira pelas aberturas.

Emei Érico Veríssimo

Emei Érico Veríssimo

Nas instalações da Secretaria da Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU), localizada na rua Lobo da Costa entre Alberto Rosa e Álvaro Chaves, há pouco tempo transferida do Centro Administrativo Professor Araújo (CAPA), visitada no dia 11 de maio, foram constatados problemas como infiltrações e umidade por todo o prédio, inclusive criando possas de água em seu interior, havendo a necessidade dos servidores nas mais diversas repartições colocarem baldes e lonas sobre os equipamentos; banheiro que é mais utilizado pelos motoristas (garagem) com pia, vaso e caixa de descarga totalmente soltos; já o banheiro que fica no interior do prédio, a torneira da pia não funciona, existe um único vaso sem tampa para todos os servidores (mais de cinquenta); não há cozinha e o refeitório é um espaço improvisado onde geladeira e forno de microondas são dos próprios servidores, sendo que não há sequer mesa para refeições; em alguns pontos apresenta-se fiação elétrica exposta, inclusive o próprio bebedouro elétrico está ligado diretamente na tomada através de seus fios (sem plugue); os equipamentos de ar condicionado não foram instalados corretamente, pois as mangueiras para escoar a água, que deveriam estar presas pelo lado de fora do prédio ficaram no interior das salas, havendo a necessidade dos servidores constantemente colocarem reservatórios e estarem despejando seu conteúdo; documentos oficiais acondicionados diretamente no chão do corredor, expostos a umidade e ao alagamento, quando há, além de aqueles que estão armazenados corretamente em prateleiras no local reservado como arquivo, também são atingidos pela água da chuva, devido a várias telhas estarem furadas; várias salas possuem ralos como de banheiros, onde quando alaga a rua Lobo da Costa, acaba transbordando no interior das mesmas, através destas aberturas.

E mais, uma Secretaria que abriga setores importantes responsáveis por análise de plantas de imóveis, construções, preservação contra a ocupação indevida do espaço público e fiscalização quanto aos Planos de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), onde se é verificado toda a sinalização de emergência, saídas de urgência e extintores de incêndio, além de tantos outros elementos, nada disto existe neste prédio, colocando em risco a integridade física dos servidores e dos usuários.

Emei João Guimarães Rosa

Emei João Guimarães Rosa

“Logo o órgão que tem a obrigação de zelar e fiscalizar tais medidas dos munícipes, e que deveria dar primeiramente o exemplo à comunidade, é deixado à deriva pelo Governo, repetindo a mesma situação que por muitos anos foi vivida por estes servidores no CAPA, além da Prefeitura ter falsamente publicizado que a transferência realizada foi para novas e ótimas instalações”, finaliza o vice-presidente do Sindicato dos Municipários.

Todas estas constatações estão sendo encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho. O Simp prosseguirá visitando outros locais e tomando as medidas cabíveis.

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