Socorristas do SAMU ajudaram rapaz que ameaçava se atirar da torre de telefonia
Na última sexta-feira, a equipe de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Pelotas viveu uma tarde tensa, mas com final feliz. Após horas de negociação, conseguiu resgatar com segurança um homem, que sofre de esquizofrenia, e que ameaçava se atirar do alto de uma torre de telefonia, de 30 metros de altura, no bairro Fátima.
Por volta das 13h30min, o Samu recebeu uma ligação solicitando o atendimento emergencial. Rapidam
ente foram deslocados dois socorristas para o operação: Jorge Neto e Valdecir Cunha. Ao chegar à ocorrência, a dupla encontrou equipes dos Bombeiros, Brigada Militar e Agentes de Trânsito que estavam no local para bloquear o trânsito, isolar a área e controlar os ânimos dos curiosos que faziam prontidão.
Acostumado a lidar com pacientes em surto psicótico, Valdecir percebeu a gravidade da situação e decidiu subir na torre para convencer o homem a desistir de pular. No alto, o socorrista se deparou com a vítima descalça, completamente fora de si, escutando vozes, e iniciou uma negociação dramática. “Nessas horas é preciso se colocar no lugar do doente, convencê-lo de que somos amigos e de que estamos ali unicamente para ajudar”, contou o técnico de enfermagem.
A negociação não foi rápida e a situação ficou ainda mais tensa quando começou a chover. “O ferro da torre estava escorregadio e, por muitas vezes, ele, que estava no topo de uma antena, se segurava apenas com uma das mãos”, descreveu Valdecir, de 43 anos, que integra a equipe do Samu há cinco anos.
Depois de muitos apelos, Valdecir conseguiu convencer a vítima a desistir de atentar contra a própria vida. “Quando ele desceu, por volta das 16h, eu o abracei”. Em terra, a vítima foi examinada e encaminhada ao Hospital Espírita para avaliação médica. Além dos dois socorristas, o trabalho de resgate contou com auxílio de toda equipe do Samu.
Entenda o caso
Depois de sete horas de tensão, Bruno Paulino da Rocha, de 31 anos, portador de esquizofrenia, aceitou descer da torre de telefonia de onde ameaçava se atirar. Na tarde de sexta, depois de muitas horas de negociação entre ele, um policial do Corpo de Bombeiros e um médico do Samu, ele aceitou descer, sendo retirado do topo pela equipe. Um major do Corpo de Bombeiros de Rio Grande chegou a se deslocar para Pelotas para negociar com o suicida. Segundo informações de familiares e vizinhos, Bruno já estava há quatro dias sem medicação.
Por volta das 9h30min, depois de passar pelos telhados de residências vizinhas, ele conseguiu adentrar em um local cercado na esquina das ruas Lobo da Costa e Dona Mariana e escalou uma torre com 30 metros de altura.
Logo que perceberam a perceberam a presença de Bruno no alto da torre, os moradores das redondezas, onde também fica a residência da vítima, se mobilizaram e avisaram a família, que se dirigiu ao local, para tentar convencê-lo a descer.
Desesperados e prevendo que o pior poderia acontecer, os pais gritavam mostrando a ele um cartaz com o dizer “Jesus te ama”. Alheio aos inúmeros pedidos dos pais e familiares para que descesse Bruno, sem proteção alguma, fazia movimentos arriscados e não aceitava nenhuma proposta, sempre ameaçando se jogar.
A área foi isolada pela Brigada Militar, que precisou mobilizar três viaturas, além dos agentes de trânsito, Bombeiros e uma ambulância do Samu, que também participaram da operação de negociação e resgate do jovem.