SONORA BRASIL: Samba de comunidades quilombolas do Pará
Nesta terça às 20h, SESC promove Samba de Cacete de Vacaria no aniversário da Bibliotheca Pública Pelotense
Por Carlos Cogoy
Ângela Meireles, Maria de Jesus, Manoel Maria, Maria das Graças, Marineu Cruz, Raimundo Moia e Nair dos Prazeres. Percussão e dança sob a coordenação do mestre Benedito Moia. Familiares e amigos, eles são moradores da zona rural de Cametá no Pará. Nesta terça à noite na Bibliotheca Pública Pelotense, integrando o projeto Sonora Brasil do SESC, estarão abrindo a semana comemorativa aos 139 anos do espaço cultural. Espetáculo imperdível. ENTRADA FRANCA.
CONVIDADO – Organizadores acrescentam: “Uma das situações sociais mais recorrentes relacionadas ao samba é ‘o cunvidado’. Trata-se de um movimento de solidariedade e união de forças quando uma pessoa da comunidade vai preparar o terreno para o plantio e todos se juntam para ajudar. Da limpeza do terreno ao plantio, o samba de cacete é tocado no intuito de animar o grupo pra que o trabalho seja feito com eficiência e rapidez”.
SOM – Sobre a sonoridade, trata-se de batucada, bem como dois cacetinhos num tronco oco. Conforme divulgação: “O nome é devido ao instrumento usado para dar marcação à música, os cacetes, dois pedaços de pau que são batidos no curimbó, cadenciando o ritmo. E o ritmo surgiu das cantigas tradicionais das comunidades remanescentes de quilombos, principalmente o quilombo de Itapocu, na região de Cametá, que fala da tristeza de ser escravo. Tal como o Siriá, outra dança típica da região”.
DANÇA – Em relação às coreografias: “Normalmente apresenta os dançarinos com trajes enfeitados, bastante coloridos. As mulheres usam belas blusas, saias bem rodadas e amplas, pulseiras e colares de contas e sementes, além de enfeites floridos na cabeça. Já os homens, também descalços como as mulheres, vestem calças escuras ou brancas e camisas coloridas, com as pontas das fraldas amarradas na frente. A dança se faz através da movimentação com volteios suaves, acelerando o ritmo, como no batuque africano, expressão corporal característica das danças negras. A musicalidade e a letra do samba de cacete exprimem a tristeza e a dor dos escravos que, quando bebiam, aceleravam o ritmo e a tristeza transformando-se em alegria e depois em melancolia. O SESC descreve o samba de cacete como ‘ecos de tambores africanos na Amazônia tocantina’”.