SURTO PSICÓTICO : Saúde mental em Pelotas vive drama
Presidente da Comissão de Saúde Mental do Legislativo por quatro anos, o vereador Marcus Cunha (PDT) subiu à tribuna, quinta-feira, para cobrar do Poder Público mais investimentos na saúde mental, com base em números apresentados pela secretária de Saúde do município, Ana Costa, em reunião na Câmara. “São dados gravíssimos”, afirmou o parlamentar, ao se referir aos 2.500 chamados recebidos pelo Samu, em 2017, de problemas mentais, dos quais 544 foram de pessoas em surto psicótico.
Mais grave, ainda, segundo Marcus Cunha, é que entre este número altíssimo, encontram-se também crianças, para as quais o atendimento é igualmente precário. “Durante os quatro anos em que estive à frente da Comissão de Saúde, e agora, nesta nova legislatura, cobrei e cobro o atendimento e acompanhamento desses pacientes. A coordenadora do Departamento de Saúde Mental (Gicelma Kaster) disse que temos treze psiquiatras na saúde pública do município, e que precisa de mais médicos. Precisamos saber onde esses profissionais trabalham, a carga horária deles, quantos pacientes por dia atendem”, reforçou o vereador.
“Quando pesquisamos no Portal da Transparência da Prefeitura, não encontramos referência a médicos psiquiatras, muito menos aos locais onde atendem”, afirmou Cunha.
Ele disse, ainda, que é preciso reforçar as equipes multidisciplinares no atendimento da saúde mental. “Os pacientes precisam ser acompanhados em casa depois de medicados. Se estão tomando os remédios, se melhoraram, se o medicamento acabou”.
UBS Bom Jesus – Da tribuna, o vereador divulgou abaixo-assinado de moradores da Vila Bom Jesus que cobram o retorno do atendimento noturno da Unidade Básica de Saúde local. “A UBS ficava aberta até as 22h, agora fecha às 17h30. A estrutura que era eficiente não é mais, voltaram as filas de madrugada até para conseguir um atestado, uma receita médica”, afirmou Marcus Cunha.
“A verdade é que não vemos avanço na saúde pública, que precisa de mais investimentos, o que não ocorre porque não é um serviço visível para a população”,completou o parlamentar.