TEATRO : Espetáculo “Marat Sade” na UFPel
Quarta às 19h na sala Carmen Biasoli da UFPel, apresentação da montagem “Marat Sade” com entrada franca
Por Carlos Cogoy
Jean-Paul Marat (1743/1793), um dos líderes da Revolução Francesa, foi assassinado por Charlotte Corday enquanto estava na banheira. A imagem tornou-se icônica, e foi interpretada por pacientes do Hospício de Charenton, sob a orientação do escritor Marquês de Sade (1740/1814), no século 19. A cena é a base para a peça de “Marat Sade” do dramaturgo e artista plástico alemão – naturalizado sueco -, Peter Weiss (1916/1982). Ano passado, a “Troupe de Satolep” realizou temporadas com a montagem de “Marat Sade”. O trabalho foi elaborado para as disciplinas de montagem teatral do curso de teatro da UFPel. Nesta semana, conforme divulgação acontecerá a última apresentação da peça em Pelotas. Será amanhã às 19h na Sala Carmen Biasoli – rua Alm. Tamandaré 301. No dia 9 às 20h, o grupo apresentará o espetáculo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para a apresentação desta quarta, senhas estarão disponíveis a partir das 18h30min. ENTRADA FRANCA.
COMPLEXIDADE – O professor Paulo Gaiger, professor na UFPel, divulga sobre a montagem: “Em ‘Marat Sade’, Weiss propõe para o palco a fábula e a respectiva encenação realizada pelo Marquês de Sade com os internos do hospício de Charenton, lugar, onde no século 19, eram colocados opositores, desafetos, adversários, descontentes, desviantes, loucos e enfermos. Sade e Marat foram internos de Chareton por razões diferentes, mas não menos importantes. O primeiro por suas posições relativas à libertação do indivíduo, de sua libido e de sua autonomia como forma de transformação das pessoas e da sociedade. O segundo, um dos intelectuais da Revolução Francesa, acreditava nas transformações sociais e coletivas como forma de mudar o indivíduo. Pode-se suspeitar que, enquanto Sade fora excluído das ruas de Paris por confrontar a moral vigente, Jean Paul Marat estava preso por suas posições políticas, por condenar os rumos da revolução e apontar os seus traidores. Embora ‘Marat Sade’ trate do assassinato de Jean-Paul Marat, Weiss amplia a reflexão e estende o foco para a complexidade e contradições das relações sociais e políticas”.
REFLEXÃO – E o diretor acrescenta: “A troupe da disciplina de montagem teatral, traz uma montagem singular em que procura expandir a reflexão proposta por Weiss em ‘Marat Sade’, atualizando os temas da repressão, inclusive da repressão sexual, e da política, do ‘status quo’ e da transformação social, ampliando a concepção para além do tempo histórico da Revolução Francesa, e de seus desdobramentos. Nesse sentido, os debates entre Sade e Marat adquirem atualidade”.
ELENCO reúne: Evelin Suchard; Gengiscan Pereira; Grégori Eckert; Higor Alencar; Hugo Tavares; Johann Ossanes; Juliana Caroline; Juliana Ximenes; Kellen Ferreira; Lucas Ulguim; Márcia Monks; Régis Riveiro; Vivi Lauz. Participação especial de Gustavo Dias, Jany Rodrigues e Matheus Messias. No palco, música ao vivo com Régis Riveiro (violão), Johann Ossanes (ukulele), Jany Rodrigues (percussão), Gustavo Dias (escaleta e percussão), Mateus Messias (flauta e percussão). Arranjos de Gustavo Dias, Paulo Gaiger, Johann Ossanes e Mateus Messias. Assistentes de direção: Johann Ossanes; Juliana Caroline; Kellen Ferreira. Projeto de iluminação e operação de luz com Daniel Furtado. Preparação vocal a cargo de Gustavo Dias e Johann Ossanes. Coreografia 1 de Rui Carlos, e as demais de Jany Rodrigues e “Troupe”. Figurinos de Larissa Tavares e “Troupe”. No “francês”, apoio de Fernanda Fernandes e Fabiana Jorge. Maquiagem de Gengiscan Pereira.
CANÇÕES pela ordem: Canção da Troupe (Paulo Gaiger); Canção do hospício (Johann Ossanes); Rap do coro 1 (Paulo Gaiger); Canção do coro para Marat (Paulo Gaiger); Vocalize da Corday (Gustavo Dias/Paulo Gaiger); Canção da Corday (Paulo Gaiger); Canção litúrgica (autor desconhecido); Rap do coro 2 (Paulo Gaiger); Instrumental (Gustavo Dias); Canção do Marat (Paulo Gaiger); Canção do Sade (Paulo Gaiger); Marcha enredo (Paulo Gaiger). O grupo agradece a Ederson Pestano, Vitinho Manzke, Romeu Santos, Sessi Barcelos, Leandro Maia, Zé Everton, Larissa Tavares e Centro de Artes.