Diário da Manhã

segunda, 23 de dezembro de 2024

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TEATRO : O “palhaço” é subversão à solidão e tristeza

03 março
09:34 2015

Por Carlos Cogoy

Ator Andruz Vianna ministrará “Estudos periódicos sobre o palhaço”

Ator Andruz Vianna ministrará “Estudos periódicos sobre o palhaço”

Às terças deste mês e também abril, oficina de teatro para crianças e preparação de elenco infantil. O ministrante, arte educador e palhaço Andruz Vianna,  informa que a oficina com dezoito horas de duração, é para crianças entre seis e onze anos. Com dez anos de experiência em teatro para crianças, o artista vitoriense acrescenta: “As atividades visam trabalhar a linguagem de jogos teatrais. Com isso, estaremos desenvolvendo a capacidade de percepção com o corpo e através dele, exercitando um ser mais dinâmico e social. Os exercícios e jogos propostos na oficina levam em consideração as manifestações espontâneas da criança. Ela poderá exteriorizar sua personalidade da forma que se sinta mais à vontade. Num clima de liberdade, a criança expressa seus sentimentos e sensações sem medo de censura. Além disso, também qualificará a postura diante de câmeras e testes que requeiram teatralidade infantil”. As aulas serão das 18h às 20h, e as vagas são limitadas. Como local,  Casarão 8 – futuro Museu do Doce -, à Praça Cel. Pedro Osório. No Facebook acesse palhacotome. Informações: (53) 8482.2639. E-mail: [email protected]

Palhaço “Tomé” esteve no Sítio Amoreza

Palhaço “Tomé” esteve no Sítio Amoreza

PALHAÇO – Às quintas das 18h às 20h, também neste mês e abril, com duração de dezoito horas, Andruz ministrará “Estudos periódicos sobre o palhaço”. A oficina é para público acima dos dezoito anos. O ator explica: “No grupo de estudos sobre palhaço, estarei compartilhando meu material de pesquisa. Então, livros, textos, filmes, documentários e exercícios físicos. A expectativa é fomentar a figura e a importância do riso numa sociedade que se mostra cada vez mais solitária e triste. No coletivo, abertura para que possamos tirar nossas próprias conclusões acerca da figura do palhaço”. Oficina também no Casarão 8.

TRAJETÓRIA – Natural de Santa Vitória do Palmar, Andruz conta como foi a descoberta da criatividade artística: “Além da música que ouvíamos e dos filmes que assistíamos, em casa não tive influências artísticas. Porém, num determinado momento, a secretaria de cultura de Santa Vitória, começou o projeto ‘Santo de Casa’. Então aos dezesseis anos, comecei a fazer aulas de teatro. Curioso para saber mais, com a professora de teatro fui conhecendo sobre as diversas linguagens da arte. Desde então, não parei de explorar diferentes meios para fazer arte, mas priorizando o interesse pelas cênicas”.

TRIBO DA LUA – Após o aprendizado inicial na cidade natal, Andruz veio para Pelotas. Ele recorda: “Foi um acaso, logo depois de completar um ano do curso de teatro em Santa Vitória, vim para Pelotas e conheci o grupo Tribo da Lua, que era dirigido pelo Aceves Moreno. Com o grupo, aprendi malabares e perna-de-pau. Além disso, a experiência proporcionou novos contatos, incluindo artistas de rua. Então percebi a possibilidade de viajar, trabalhando na rua. Daí me arrisquei numa das melhores experiências da minha vida. Na estrada, desenvolvendo as técnicas, trabalhei em feiras, eventos, semáforos e calçadões. Houve oportunidade para conhecer malabaristas com desempenhos magníficos. E perdi o preconceito pelo trabalho nas ruas, pois observava artistas de elevada técnica. Eles poderiam estar em qualquer grande circo, mas muitas vezes por ideologia optavam pelo trabalho na rua”.

THOLL – Após dez anos em diferentes lugares, o ator retornou à região. “​Voltei para Santa vitória depois de uma temporada no Nordeste. As dificuldades foram criadas, basicamente, pelo impacto cultural. Além disso, saudades da família e dos amigos daqui. Quando retornei, durante um ano integrei o grupo Tholl. Após ingressar na universidade já não conseguia mais conciliar os treinos e aulas, então optei pela dedicação ao curso. E apostei no trabalho solo como meio de sustento”, diz Andruz.

RUA – Arte na rua, avalia o intérprete do palhaço Tomé: “O circo saiu debaixo da lona. Já vinha saindo desde a década de setenta, quando tivemos um salto quântico artístico-cultural. O circo voltou à sua origem, ou seja, as ruas, feiras e praças.  Porém foram acrescentados elementos contemporâneos. E nós, artistas de rua, nos adaptamos a esses locais urbanos onde as pessoas permanecem por algum tempo. Na minha opinião o artista de rua educa a população com relação à ocupação artística de espaços urbanos. E mostra que é possível transformar os espaços urbanos, tornando-os mais agradáveis à convivência social. Um bom exemplo do que acontece em Pelotas é o Ocupa Porto, onde diversos artistas estarão ocupando o porto no domingo. A ideia é fomentar o quanto essa vivência urbana é possível e transformadora”.

 

 

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