TERMINAL RODOVIÁRIO : Trabalhadores questionam funcionalidade
Falta de infraestrutura no espaço recém-inaugurado desagrada categoria rodoviária e usuários
A inauguração apressada do espaço não caiu bem numa das partes interessadas: os trabalhadores do transporte coletivo urbano. A categoria aponta vários problemas que afetam a funcionalidade do recém-inaugurado terminal, ao lado do Supermercado Guanabara. No local aonde deveria ter espaço para os trabalhadores permanecerem durante intervalos entre horários e fazerem suas refeições, além de WCs para suas necessidades fisiológicas, há uma carência de infraestrutura que destoa do bom senso e das pompas políticas apresentadas na sua inauguração.
Saindo do local de embarque dos passageiros de várias linhas da Zona Norte e Fragata, é possível se deparar com as carências básicas, mesmo durante o dia. Um WC químico ao lado da parede de uma antiga construção a alguns metros de uma torneira não recomenda proximidade noturna, haja vista a escuridão nos arredores.
“Estamos pela proteção de Deus. À noite isso aqui mete medo em qualquer um, não tem um mínimo de estrutura”, salienta um motorista que pede para não ser identificado.
Antes da mudança do terminal, da frente para o lado do Supermercado, havia promessa da construção de espaço para utilização pelos trabalhadores. Ficou na promessa. E na reclamação de motoristas e cobradores, aproximadamente 500 trabalhadores.
“A gente espera que o poder público cumpra com a promessa de atender as necessidades dos trabalhadores”, diz\ José Inácio de Jesus, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas (STTRP).
O secretário substituto de Transporte e Trânsito, Luiz van der Laan, diz que há a previsão da construção de espaço destinado aos trabalhadores, mas que a obra é de responsabilidade do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CCTP). Sobre algumas carências, como falta de iluminação adequada, diz que irá verificar a situação.
“Deveriam ter concluído a obra antes de inaugurar. À noite ninguém fica muito à vontade por aqui”, diz a professora aposentada Ione Machado, fazendo coro à reclamação dos trabalhadores.
Já o gerente de tecnologia do Consórcio, Pedro Davi, diz que o local para os trabalhadores consta no projeto de criação de espaço para operação do próprio Consórcio. No entanto, a execução do mesmo depende de a prefeitura fazer necessárias obras de infraestrutura no local, para água, esgotos, iluminação etc.
“Será um local para atender várias demandas, mas não podemos iniciar a obra sem termos a infraestrutura necessária para não causar problemas futuros”, aponta.
PROPOSTA – A Câmara Municipal aprovou por maioria, nesta terça-feira, projeto de lei do vereador Marcus Cunha (PDT) que proíbe a inauguração de obras que não estejam 100% concluídas.