Diário da Manhã

sábado, 23 de novembro de 2024

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Testes em voluntários da vacina contra a dengue começam em Pelotas

08 novembro
09:12 2022

O Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital Escola da UFPel está entre as 16 entidades que participam da pesquisa liderada pelo Butantan 

O estudo de eficácia e segurança da vacina criada através de pesquisa do Instituto Butantan começou, nesta segunda-feira (7), em Pelotas.  Os testes realizados pelo Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) vão contar com a participação de 350 voluntários. Além de Pelotas outros 350 testes já começaram a ser feitos também em Porto Alegre.

As duas cidades gaúchas são as primeiras do país a realizarem os testes por serem consideradas regiões de baixa ocorrência da dengue. A pesquisa encontra-se no último estágio,  o final da fase 3, de subestudo de consistência de lotes, onde os voluntários passam a receber o imunizante num processo  de acompanhamento com cinco visitas ao Centro, durante um ano. A etapa atual consiste em ensaio clínico, duplo-cego randomizado controlado com placebo. Depois deste período o próximo passo será a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão  é de que a vacina seja liberada em 2024.

A diretora de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do Município, Caroline Hoffmann, lembrou que a cidade já teve essa experiência durante a elaboração da vacina contra a Covid-19, encampada pelo Hospital Escola com todo o resultado positivo daquele estudo e agora mais um trabalho fundamental para a saúde. “A gente tem a a sorte de termos na cidade uma universidade federal  e um hospital escola que tem essa expertise e profissionais altamente capacitados para colaborar com a ciência. Tudo que vem pra contribuir com  a saúde pública na busca de prevenção de doenças é sempre muito bem vindo”, destacou Caroline, reforçando ainda a importância da participação da comunidade enquanto voluntários para a concretização da vacina que é um dos grandes aliados da saúde pública.

O primeiro voluntário

Depois do anúncio, há três dias, o primeiro voluntário, o professor de educação física, Juliano Baufleur Farinha, de 32 anos, compareceu ao Centro de Pesquisas, reforçando a motivação de se habilitar ao teste no intuito de colaborar com a o desenvolvimento da pesquisa. “A ideia é tentar ajudar as pessoas e as instituições no sentido de estudar mais medidas que podem atenuar ou reduzir danos tão graves provocado por esse vírus que deixa muitas sequelas. Ajudar o próximo, a pesquisa o conhecimento”, afirmou.

A previsão é de que sejam agendados, por dia, uma média de dez voluntários para as entrevistas e triagens, antes da efetivação da aplicação da vacina

Para a pesquisadora e coordenadora dos estudos, e médica infectologista, Danise Senna é muito satisfatório ver o Centro de Pesquisas do HE ativo em mais um trabalho de uma  vacina, depois de atuarem nas pesquisas da Coronavac e da Influenza. “É muito importante por ser um grande desafio manter um Centro de Pesquisa, em uma cidade do interior por toda a logística de produtos e mostras laboratoriais e o números de voluntários a serem recrutados. É importante ainda pra comunidade, para as pessoas de Pelotas que terão acesso a novas intervenções”, valorizou Danise.

Como ser voluntário

Para participar, os interessados devem ter entre 18 e 59 anos, nunca terem contraído dengue, não estarem gravidas, serem saudáveis e não possuírem doença crônica mal controlada. Para se inscrever é preciso preencher o formulário disponível neste link.

A vacina e a Dengue 

Desde 2009, o Instituto Butantan em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, trabalha no estudo de desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. No momento, a vacina está em fase final de testes e análises que ainda vão se estender por um ano, na sequência passará pelo processo de avaliação da Anvisa para só então ser liberada, o que deve ocorrer só em 2024.

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que é proliferado a partir de pontos de água acumulada. Principalmente no Brasil, é uma doença que causa preocupação por conta do número de casos expressivos nos últimos anos.

 

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