Testes para Covid-19 aumentam 23,4% em Pelotas
Pelotas alcançou a marca de 15,5 exames realizados para cada mil habitantes
Pelotas totalizou, nesta semana, 5.286 testes para Covid-19 realizados desde março. Do montante, 3.286 análises referem-se ao registro semanal feito pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (SMS). Os outros 2 mil são testes rápidos aplicados pela pesquisa EPICovid, efetuada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Essa quantidade de exames faz com que o município alcance o índice de 15,5 testes feitos para cada mil habitantes.
Em sete dias, foram concluídos 629 exames, um aumento de 23,4% na verificação dos moradores para confirmar ou não o contágio pelo novo coronavírus. Os testes particulares tiveram o maior acréscimo, no período de uma semana, no total de análises efetivadas. Segundo a Vigilância Epidemiológica, só os laboratórios particulares, credenciados ao Ministério da Saúde, procederam a 512 novos exames e chegaram a 2.010 laudos.
Já o Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) é responsável pela realização de mais 55 novas interpretações laboratoriais: desde março, analisou 505 amostras de material biológico. Do contingente de 771 testes rápidos fornecidos pelo governo do Estado até agora, 62 realizaram-se entre 9 e 15 de junho.
“Além dos pacientes que procuram a rede privada, também tivemos esse crescimento considerável da testagem, porque passamos a coletar material das pessoas que têm procurado as UBSs com sintomas gripais, a partir do novo protocolo de testagem implantado no começo do mês”, explica a chefe da Vigilância Epidemiológica da SMS, Carmem Viegas, sobre a ampliação do número de testes em um curto espaço de tempo.
Índice de testagem
O total de testes registrados pela epidemiologia municipal, até essa semana, corresponde a 9,6 moradores de Pelotas testados para mil habitantes. Esse índice aumenta se forem incluídos os testes rápidos aplicados pela UFPel na pesquisa EPICovid – 15,5 pessoas, com exames efetivados, por mil habitantes.
Na comparação com o cenário nacional, os dois índices são maiores do que o registrado pelo País, conforme a Our World In Data, plataforma da Universidade de Oxford que acompanha e divulga os dados mundiais da doença. O Brasil, segundo a mais recente informação do Ministério da Saúde – em maio para o site –, testou 2,2 pessoas para cada mil habitantes.
Estratégias de enfrentamento
Mas o coeficiente de testagem de Pelotas, segundo o professor da Faculdade de Enfermagem e integrante do Comitê Científico da UFPel, Bruno Nunes, deve ser avaliado, também, a partir do tipo de exame realizado, como forma de utilizar as informações para a construção de estratégias de enfrentamento à pandemia, como a intensificação do isolamento social.
“O PCR, feito a partir da coleta de material biológico do paciente, é o exame ideal para esse tipo de análise, já que aponta se o paciente está com o vírus ativo e pode ser transmissor – o que causa a progressão da doença. Então esse tipo de testagem é mais eficiente para o planejamento de ações de enfrentamento à pandemia”, explica Nunes.
Verificação de anticorpos
Os testes rápidos enviados pelo governo do Estado e aplicados pela UFPel são indicados a partir do décimo dia dos sintomas de síndromes gripais. Eles conseguem definir se o paciente teve ou não o vírus; se já possui anticorpos.
“No caso do teste rápido, ele auxilia na tomada de decisão relacionada à retomada da atividade profissional do paciente, por exemplo, porém não é útil para ações mais rigorosas a partir da confirmação de casos ativos e seus contactantes, não auxiliando a controlar a propagação da doença”, conclui o especialista.