TOQUE DE QUALIDADE : Em meio às dificuldades, Roiter chama atenção
Nem tudo é negativo no Farroupilha nesta temporada de 2015. Se o time não consegue jogar em casa desde maio por falta do alvará expedido pelo Corpo de Bombeiros e o clube atravessa uma grave crise financeira, dentro de campo desponta algo novo capaz de alegrar o torcedor tricolor. No time comandado pelo técnico Badico, o meio-campista Roiter se destaca pela qualidade técnica e por gols com pontaria precisa na perna esquerda.
Embora seja pelotense, Roiter era praticamente desconhecido em sua cidade no começo do ano, quando foi contratado pelo Farroupilha. Na verdade, ele estava retornando para o clube, onde aprendeu os primeiros fundamentos no futebol de campo. Jogando inicialmente de volante, depois na função de meia e vestindo a camisa 10, Roiter Rangel Contreira, 22 anos, vem mostrando que possui técnica diferenciada para o nível das competições disputadas pelo clube fragatense.
COMEÇO NO FUTSAL
Roiter é mais um jogador de campo que tem origem no futsal. Foi nas escolinhas do Galera e do Barcelona que ele começou a trilhar seu caminho. Na sequência chegou às categorias de base do Farroupilha. Aos 12 anos foi para o Grêmio e ficou por sete anos no clube porto-alegrense. O próximo passo foi o Vasco. “Foi meu empresário da época, que recebeu uma proposta do Vasco e eu sai do Grêmio, quando faltava um ano e meio para o fim de meu contrato”, conta.
No Rio, a estrutura do clube de São Januário não era a mais apropriada para receber os jogadores oriundos de outros locais do País. Por isso, Roiter resolveu voltar para o sul. Seu destino foi a serra gaúcha. Esteve no Caxias e, depois, no Juventude. Já como profissional teve uma passagem, por empréstimo, no Brasil de Farroupilha. No começo desta temporada, estava de volta ao Fantasma. “Estou muito feliz em voltar ao clube, onde eu comecei no futebol de campo”, afirma.
MEIA GOLEADOR
Escalado por Badico na função de meia nas competições do segundo semestre, Roiter marcou quatro gols em seis jogos. Suas atuações tem chamado atenção, mas ele garante que não sabe de nenhuma proposta para trocar de clube no final do ano. “Sei que houve uma sondagem do Pelotas, mas não houve acerto. Penso em cumprir meu contrato com o Farroupilha”, diz. Seu compromisso com o Tricolor vai até junho de 2016.
A falta de dinheiro do clube, que afeta diretamente as condições de trabalho do departamento de futebol, não interfere, segundo o jogador, nas atividades do dia a dia. “O Badico e o Darlan (Berneira, gerente de futebol) conseguem administrar a situação, sem deixar que atrapalhe dentro de campo”, completa. “A característica de nossa equipe é essa de não se entregar nunca.”
Quanto ao futuro, o sonho é o comum de qualquer jogador – independente de onde esteja. “Sonho em jogar na seleção brasileira e num clube da Europa”, afirma Roiter. Se esse sonho está distante, a meta ao alcance de Roiter é o de continuar jogando bem para que novas oportunidades possam surgir na carreira. “Primeiramente, quero fazer um bom trabalho Farroupilha e, depois – sem menos prezo a ninguém – conseguir uma coisa melhor”, conclui. Pelo que vem jogando, a segunda meta é uma possibilidade real.