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TRÂNSITO : Deslocamento de pedestres e ciclistas é tema de seminário

TRÂNSITO : Deslocamento de pedestres e ciclistas é tema de seminário
25 maio
08:52 2018

O 1º Seminário Temático sobre o Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas ocorreu quarta-feira, no auditório do Sest Senat, e colocou em discussão a situação de ciclistas e pedestres dentro do ecossistema do trânsito no município.

Quatro palestrantes, com diferentes enfoques sobre o tema, compuseram a programação do evento, direcionado a entidades envolvidas ou diretamente afetadas pela questão da mobilidade. A prefeita Paula Mascarenhas participou da abertura, enfatizando a importância da criação do Plano para o futuro de Pelotas.

Engenheiro civil pela Universidade de Twente e especialista na implantação de projetos de mobilidade, o holandês Warner Vonk, que reside no Rio Janeiro, foi o primeiro painelista do dia. Vonk falou sobre o deslocamento de ciclistas e os benefícios da modalidade de transporte. Entre as vantagens citadas por ele está a zero emissão de gases poluentes e melhorias ao meio ambiente e à saúde dos usuários. “Pelotas tem tudo a ver com o uso de bicicletas, por ser plana e propiciar a prática. Investir em avanços na infraestrutura das cidades e oferecer espaços qualificados refletirá diretamente no número de ciclistas nas ruas”, destacou.

EVENTO faz parte da construção do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas

EVENTO faz parte da construção do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas

A partir das 11h, a arquiteta e urbanista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Adriana Portela, abordou o deslocamento através da percepção dos pedestres. Neste sentido, ela apresentou um projeto realizado com 120 idosos dos bairros Centro, Fragata e Navegantes – que percorrem as ruas de suas regiões registrando os problemas de mobilidade de cada local.

DESENHO URBANO INTERGERACIONAL

As atividades, que ocorrem desde maio de 2016, também são realizadas em Brasília e Belo Horizonte, além de outros três municípios do Reino Unido. O projeto é financiado pelo Fundo Newton – uma iniciativa do governo britânico.

“O caminhar não pode ser apenas algo funcional, mas também agradável e satisfatório aos pedestres. O desenho urbano de uma cidade deve ser intergeracional, ou seja, atender da melhor forma possível cidadãos de todas as faixas etárias”, observou.

À tarde, foi a vez do arquiteto e urbanista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Júlio Celso Borello Vargas, compartilhar experiências em projetos de intervenções urbanísticas e mobilidade. O convidado traçou um histórico dos modos de deslocamento em países europeus, que chegaram a passar por uma “febre” do uso do automóvel por volta da década de 1950, mas acabaram por rever seus valores, tornando-se referências em questão de transporte por meios leves – com maior presença nas ruas de pedestres, ciclistas, skatistas, patinadores, entre outros.

DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO

Vargas também trouxe, como exemplo, a tentativa dos Estados Unidos, um dos países que mais utiliza o carro como principal meio de transporte, de encontrar soluções para problemas decorrentes do hábito: sedentarismo, obesidade e altos índices de emissão de gases poluentes. Sobre questões da realidade local, o urbanista, que já auxiliou na construção de planos de mobilidade e diretores de diversos municípios, alertou para a necessidade de execução dos planejamentos, que muitas vezes apontam boas soluções, e de implantação visando, realmente, modificar a vida da população.

CICLOVIÁRIA DIFERENCIADA

Finalizando as exposições da tarde, o arquiteto e urbanista formado pela UFPel, Otávio Viana – fundamentado na pesquisa de trabalho de conclusão de curso –, explanou acerca da proposta de uma estrutura cicloviária diferenciada. Viana apresentou dados referentes à realidade de Pelotas, entre eles os bairros com maior concentração populacional, os principais locais de origem e de destino dos deslocamentos realizados pelas pessoas e formas de qualificação por meio de investimentos em ciclovias. Além de propiciar discussão em torno dos potenciais e das sugestões de melhorias nos espaços dedicados aos ciclistas, o seminário acolheu a proposta do arquiteto, para inclusão no Plano de Mobilidade, de vias compartilhadas, nas quais carros e bicicletas coexistam também em ruas com ciclovias dos dois lados.

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