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Transplante de medula óssea em crianças exige cuidados especiais

Transplante de medula óssea em crianças exige cuidados especiais
23 janeiro
15:40 2018

Especialista esclarece as principais dúvidas sobre o procedimento voltado para a área pediátrica

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Os tumores mais frequentes nesta faixa etária são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).

Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo, tendo entre um dos principais avanços da medicina nesta área o transplante de medula óssea. Ainda, segundo o INCA, hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

Segundo Roseane Gouveia, oncologista pediátrica da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, as principais diferenças no transplante de medula óssea em criança estão relacionadas aos tipos de doenças que levam os pacientes ao TMO e às complicações. “Os critérios para diagnosticar algumas complicações podem diferir em relação ao adulto. É importante ressaltar que a criança não é “um adulto pequeno”. É um organismo em desenvolvimento, que tem um sistema imunológico (dependendo da idade) que está em processo de amadurecimento. Por conta destas particularidades, é muito importante contar com oncologistas e/ou hematologistas pediátricos que tenham conhecimento na área”.

Ainda segundo a especialista, a maioria das pessoas continua relacionando o transplante de medula óssea somente ao câncer, quando na verdade essa é uma técnica que pode ajudar no tratamento de diversas patologias. “Dentre as principais doenças que levam uma criança ao TMO, podemos dividir entre as doenças malignas e as doenças não malignas.

Dentre as doenças malignas temos: leucemias linfóides agudas, leucemias mielóides agudas, alguns tumores malignos do sistema nervoso central, neuroblastomas, linfomas não Hodgkin, linfomas de Hodgkin, síndrome mielodisplasica, entre outras. Com relação às doenças não malignas temos: aplasia de medula óssea, imunodeficiências, a anemia de Fanconi e entre outras”.

Os Centros de Transplante de Medula Óssea (TMO) da Rede de Hospitais São Camilo estão localizados nas Unidades Pompeia e Santana, sendo o da Pompeia um dos 29 centros de referência no país autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar todos os tipos de transplantes. O espaço realizou seu primeiro procedimento em 1998 e, nos últimos quatro anos, foram mais de 500 transplantes de medula óssea.

“Em abril de 2015 o serviço de TMO passou a contar com uma estrutura dedicada a oncopediatria e desde então temos realizado aproximadamente 10 transplantes por ano. Os transplantes de medula óssea pediátricos são realizados dentro da unidade de terapia intensiva pediátrica, que possui três leitos bem equipados com hepafiltro.

Além desta boa estrutura física, as crianças são monitoradas 24h por uma equipe de enfermagem e intensivistas pediátricos capacitados para atendê-los imediatamente em caso de intercorrências, trazendo conforto e segurança para as crianças e seus pais”, explica Roseane.

A área de TMO conta, ainda, com o apoio de um serviço de hemoterapia – certificado pela AABB (American Association of Blood Bank) – para o fornecimento de sangue, plaquetas, hemácias, plasma e células-tronco aos pacientes em tratamento quimioterápico e transplantados. Para garantir a segurança da transfusão, a Unidade utiliza uma tecnologia que confere e sincroniza as informações do paciente, teste sanguíneo e a bolsa de sangue que será transfundida.

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