TRANSPORTE COLETIVO : Valor da passagem aumenta neste domingo
Usuários com cartões Prati e Santa Cruz terão desconto na tarifa. Reajuste ocorre anualmente em novembro
Entra em vigor neste domingo (24) a nova tarifa de ônibus, urbano e rural. O decreto que reajusta as passagens foi assinado na tarde desta quinta-feira (21), conforme previsto no contrato de concessão firmado entre Município e Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) para ocorrer, anualmente, em novembro. Para pagamento em dinheiro o valor unitário passa a ser de R$ 4,00. Os estudantes permanecem com o desconto de 60% e a tarifa fica R$ 1,60. Para os seletivos está fixada em R$ 5,60. A novidade é que os usuários dos cartões Prati e Santa Cruz terão, agora, desconto especial e cada passagem custará R$ 3,95.
Essa revisão se deve à diminuição no número de usuários registrada pela Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) nos últimos 12 meses. Na média entre novembro de 2018 e outubro de 2019, cerca de 255 mil passageiros pagantes deixaram de usar os coletivos mensalmente, uma queda de 14%.
A fim de evitar que o reajuste fosse maior, a STT trabalhou para diminuir os quilômetros rodados pelos veículos em linhas consideradas ociosas, equilibrando as contas do sistema. Isso foi possível com a união em feriados e finais de semana – a exemplo do que ocorre nos itinerários Balsa e Anglo – e a troca de ônibus por micro-ônibus em alguns itinerários – caso do Fragata.
No entanto, isso foi possível em apenas 5% das rotas, a fim de evitar prejuízos à população. Ou seja, o custo quilométrico do serviço, calculado a partir dos gastos fixos e variáveis do CTCP, aumentou.
“Houve uma queda muito grande no número de passageiros pagantes. Precisamos, ou atrair mais usuários, o que tem sido difícil, ou subir a tarifa para equilibrar os custos. É um fenômeno visto em todo o país”, explica o secretário Flávio Al Alam.
Mesmo com o reajuste, Pelotas segue com uma das menores tarifas de ônibus do Rio Grande do Sul.
Cartões
Atualmente, 73,68% dos usuários do transporte coletivo utilizam os cartões Prati como forma de pagar a tarifa, e apenas 26,32% usam dinheiro no modelo urbano. Buscando fidelizar os passageiros, o CTCP oferecerá um benefício a quem tem o Prati. A empresa Santa Cruz fará o mesmo com os cartões do modelo rural.
A tarifa terá um desconto de cinco centavos. Além de estimular que a população faça o cartão gratuito, a bilhetagem eletrônica dá mais agilidade ao embarque e desembarque, diminui os riscos de assalto em coletivos e facilita o troco nas catracas.
Os estudantes continuarão pagando 40% do valor (R$ 1,60) podendo ainda utilizar os dois ônibus em trajetos contínuos permitido pela integração tarifária, que é válida para todos os usuários. Já a gratuidade continua valendo para idosos com mais de 65 anos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes, policiais civis, federais e militares, agentes de trânsito, bombeiros e funcionários das empresas de ônibus.
É importante ressaltar que os passageiros que tiverem adquirido créditos para os cartões antes da alteração, às 0h de domingo, pagarão o valor da tarifa antiga por 30 dias. Após este período, o desconto da passagem será feito seguindo o valor atualizado.
Como é feito o cálculo da tarifa?
A revisão tarifária pode ocorrer em duas formas: a primeira é através da aplicação de uma fórmula, que leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), salários dos funcionários e a variação do diesel. A outra é quando se verifica uma variação do índice de passageiros equivalentes por quilômetro (IPK) de mais de 3%, caso em que a Planilha Tarifária deve ser revista.
Foi justamente essa situação que ocorreu em 2019. O IPK é calculado pelo número de passageiros equivalentes – os usuários que pagam a tarifa (integral, estudantes e seletivos) – dividido pelos quilômetros rodados. Nos últimos 12 meses a queda chegou a 9%, pois em 2018 o IPK calculado era de 1,7152, já em outubro deste ano foi de 1,5730.
“O transporte coletivo é um rateio. As despesas são divididas entre os usuários, o que é o IPK: o número de pessoas que pagam pelos quilômetros que rodam. Quanto menos gente pagar, com a quilometragem se mantendo, precisamos aumentar a tarifa pra sustentar o sistema”, pontua o secretário.
Com a revisão da Planilha Tarifária, além do IPK, foram revistos valores do óleo diesel S10, óleo lubrificante, pneu e recapagem de veículo pesado e micro-ônibus; salários e benefícios dos colaboradores e remuneração da diretoria; licenciamento junto ao Detran-RS; atualização do valor do veículo novo convencional e micro-ônibus e a depreciação dos veículos.