TRANSPORTE URBANO : Empresas suspendem negociações e rodoviários poderão paralisar
Negociações “empacam” após decisão empresarial
Situação inusitada em meio às conversações preocupa usuários pois pode caminhar para a paralisação do serviço
As negociações entre trabalhadores e empresários do transporte coletivo urbano de Pelotas, com vistas ao dissídio da categoria – data-base 1 de novembro – caminhavam em “itinerário” tranquilo. A categoria havia definido suas reivindicações quanto ao reajuste salarial desejado e as encaminhado aos empresários. Na pedida dos trabalhadores, reajuste salarial mais índice de inflação, que juntos somam em torno de 8%, além da manutenção de cláusulas sociais acordadas em outras negociações.
Os trabalhadores consideravam pouco provável que tal pedida seria negada pelos empresários.
“Há poucos dias eles tiveram quase 11% de reajuste na tarifa, a qual passou de R$ 3,35 para R$ 3,70”, disse um cobrador.
E nesta quarta-feira o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas(STTRP) estava convidado para uma reunião com os empresários para caminhar mais um passo nas negociações. Tudo pronto para o encontro. Porém, os trabalhadores receberam correspondência dos empresários, assinada pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Pelotas, Jorge Oehlschlaeger, cancelando o encontro. Mais: que estavam canceladas as negociações entre as duas entidades.
Na nota dos empresários consta que as negociações estavam encerradas desde o dia 15 de outubro, assim como alegações nas quais são apontados atos de violência praticados contra o patrimônio das empresas, danos pessoais nos operadores do sistema e anunciado e manifesto prejuízo aos usuários.
A Reportagem do Diário da Manhã tentou em vão contato com Oehlschlaeger para melhor exemplificar as alegações dos empresários.
Por seu lado, a direção do STTRP se manifestou surpresa com a atitude dos empresários. Em nota, os rodoviários alegam que os empresários, “além de imputarem uma pratica caluniosa contra a categoria, não efetivaram qualquer proposta de negociação, considerando o fato de que os trabalhadores estão completando dois anos sem qualquer recomposição salarial, inobstante as empresas receberem vantagens de toda ordem”.
“Tal atitude somente demonstra o descaso para com os trabalhadores e a comunidade em geral”, continua a nota.
TARIFA
A primeira atitude dos trabalhadores será pedir à prefeita Paula Mascarenhas que revogue imediatamente o recente reajuste na tarifa, enquanto não for acertada as negociações entre categoria e empresários. O Sindicato também deverá convocar os trabalhadores para assembleia na qual serão deliberados os interesses da categoria e os próximos passos no sempre difícil itinerário das negociações salariais.